AVENIDA SETE - PASTORINHA
Na avenida sete
Entre sete desejos contidos
E sete gritos abafados
Por sete notas eletrizantes
Que entravam pelos sete
Doídos buracos da minha cabeça
Eu vi sete pastorinhas
Sorridentes atrevidas
Próximas como o lenço da lança
E distantes como a dança do lance
Entre sete e sete e meia
Meio tonto com tanto esplendor
Segurei a mão da mais linda
Pastora morena pequena
Com sete promessas no olhar
E sete vezes sete histórias
Entre as pernas pra contar
Pra consolo da lua
Contei também das minhas sete vidas
Minhas sete noivas e a estrela dalva
Cantei lindos versos de amor
E contei das sete encruzilhadas
Dessa rua de confetes
Confetes, confetes, fidalgos
Confetes, corujas, confetes
Jacus, confetes, comanches
Confetes, apaches, confetes
Afoxés, confetes, confetes
Confetes, confetes, confetes
Até o número sete
Até gozar sete vezes
Com o sol das sete na cara
Sozinho
Sete sinos dobram por mim
Enquanto rolam sete lágrimas
Por você morena da cor de madalena
Que tocou sem pena as sete cordas
Do meu coração cavaquinho
Setecentos anos depois
Sete carnavais noves fora nada
Tudo que sei linda criança
É que meu coração não se cansa
De sete e sete te amar
Versos : Carlos Verçosa