O CARNAVAL
No meu Brasil, em geral
quando chega o carnaval
o dinheio se consome
é o rico queimando o cobre
e agente avistando pobre
se acabando de fome
Enquanto um folião
gasta sem ter precisão
um milhão com uma roupa
se vê um pobre coitado
semi-nu agasalhado
com um pedaço de estopa
Enquanto aqueles que saldam
bons salários se esbaldam
nos prazeres da folia
se vê um mendigo triste
que aquela cena assiste
com a barriga vazia
Com as suas vestes rotas
o pranto lhe cai em gotas
e ele diz com razão
ao passar pelos palcos
ah! se envés de pó de talcos
me dessem um taco de pão
Texto : José Laurentino