RAINHA DO CARNAVAL

Minha preta tem samba no pé
Ela mexe as cadeiras como quê
Essa morena...
Que beija a bandeira
Da escola de samba que foi porta bandeira
E no meu coração
É passista primeira

Minha preta eu concedo ao samba
Para o desfile de carnaval
Sou malandro de Sampa
Em minha escola só tem gente bamba
Ainda existe ética no meio do samba

Quando o mestre de bateria orquestrando apita
O surdo inicia marcando o compasso do tempo
Os cantores vibram num doce refrão
Arrepia o som do frenético repenique emoção
E seguem-se fortes tamborins em ação

Várias caixas se oferecem de suporte e base
Uma cuíca então chora de alegria
Embalando um floreado cavaquinho que traz sorte
Fogos de artifícios explodem iluminando o céu
Lindas fantasias brilham em harmonia

E, quando ela entra na avenida
Meus olhos refletem fagulhas de amor pelo ar
A alegria me invade e o coração palpita
O Diretor de harmonia grita:
Abram alas para nossa rainha brilhar!

É o sinal para minha preta na moral
Sambar no pé no palco da avenida
Ser mais uma vez a rainha de bateria
Do desfile carnaval

Poema de José Roberto Pinheiro



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