Os 62 anos de Caetano Veloso, completos a partir do deste sábado (07.08),
marcam o apogeu de um momento histórico na carreira do compositor baiano: Caetano está mais internacional que nunca. Esse estrangeirismo de Caetano não é coisa recente. A empreitada vem de longa data, desde 1994, quando gravou Fina Estampa, um álbum apenas com versões para canções latinas. O disco foi um sucesso, e fez de Caetano um dos mais bem sucedidos músicos de língua latina.
Dez anos depois, com A Foreign Sound, cantado em inglês e que Caetano acabou de lançar, sua carreira dá um passo ainda maior. Ele já não cabe na América Latina e agora parte para o resto do mundo. Os EUA já estão de olho em Caetano há algum tempo. Ao lado de João Gilberto, ele é um dos artistas brasileiros mais conhecidos pelos norte-americanos.
Em 99, levou para casa o Grammy de World Music por seu disco Livro. No ano seguinte, a parceria com João Gilberto rendeu mais frutos para a coleção de prêmios de Caetano. O mago da bossa nova levou o Grammy de World Music e dividiu a estatueta com Caetano, que poduziu o álbum vencedor, João, Voz e Violão.
Em abril deste 2004, ele foi alvo de uma das mais altas honrarias que um músico pode receber nos EUA, ao receber uma homenangem do Carnegie Hall de Nova York. Era a primeira vez que um artista não pertencente ao mundo da música clássica seria homenageado pela casa. O tributo tinha razão de existir, e nos cinco shows que Caetano fez na casa, encontrar ingressos para as apresentações era uma missão impossível.
Enquanto isso no Brasil, Caetano parece ter alcançado um patamar impossível de ser superado, até por ele mesmo. O lançamento de A Foreign Sound por aqui teve um grande destaque, mas nada muito além do que Caetano já ganhou com o lançamento de Noites do Norte e Eu Não Peço Desculpas, seus últimos álbuns de estúdio.
O cinema também é paixão cada vez maior na vida de Caetano. Após assinar a trilha inteira de Tieta, o músico é o reponsável também pelas músicas de Meu Tio Matou 1 Kra, longa de Jorge Furtado com Deborah Secco e Lázaro Ramos, e que está sendo rodado sob a produção de sua mulher Paula Lavigne.
Polêmicas à parte - e Caetano se mostra cada vez mais um mestre nesta arte - o músico baiano assume um posto de referência mundial para música abaixo dos trópicos.
Ele canta o funk Só Um Tapinha Não Dói (como fez em sua turnê de Noites do Norte em 2001), Come As You Are (do Nirvana, e que está no show atual) com a mesma naturalidade com que interpreta Alegria, Alegria. Aos 62 anos ele continua polêmico como sempre e contenstável como nunca. Mas careta definitivamente ele não é.
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