De 03 a 08 de março de 2011, acontece o Carnaval do Pelô, que este ano homenageia dois grandes nomes da percussão, Mestre Prego e Neguinho do Samba. Uma iniciativa do Governo do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura (Secult-Ba), do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (IPAC) e do Programa Pelourinho Cultural, a grande novidade para os foliões para esta edição da festa é o grande show de abertura do Carnaval do Circuito Pelourinho com o tema Batuque no Pelô, reunindo três gerações de talentosos percussionistas baianos.
Os percussionistas, cujas influências musicais vão do candomblé ao jazz, e da axé music à música experimental, são Bira Reis, Emerson Taquari, Gabi Guedes, Giba Conceição, Ivan Huol, Jorge Wallace, Leonardo Reis, Luizinho de Jejê, Magary, Orlando Costa, Peu Meurray, Tony Mola, Waltinho Cruz, e Walmir Paim. Na noite da quinta-feira, 3, eles se juntarão a 20 percussionistas da Banda Didá, 20 percussionistas do Meninos do Pelô e 20 integrantes dos Filhos de Gandhy, que estarão nas ruas do Centro Histórico prestando uma grande homenagem a Mestre Prego, Neguinho do Samba, e à percussão e à música baiana como um todo.
BIRA REIS Nascido em 1954, o mestre Bira Reis já comemora 30 anos de dedicação à pesquisa da cultura popular, em especial a cultura musical. Educador, artista plástico, músico de percussão e sopros, arranjador, compositor e pesquisador, Bira já viajou a diversos países levando o resultado de suas pesquisas e colhendo novos insumos para sua produção. É fundador e coordenador da Oficina de Investigação Musical (OIM), onde confecciona instrumentos singulares de percussão, e da Associação OIMBA, que se dedica a educação de crianças de rua através da música e da construção de instrumentos. Foi um dos primeiros a introduzir o loop na música percussiva baiana.
EMERSON TAQUARI Inventor de interessantes técnicas de pandeiro moderno, Emerson residiu em Londres, levando a música brasileira para a capital inglesa. De volta a Salvador, passou a integrar o universo do Axé Music em diversas bandas: Pimenta Nativa, Banda Oliveira, A Tapa, Psirico, Dog Murras (banda angolana em turnê no Brasil) e Netinho. Já tocou em eventos importantes como o PERC PAN, e com artistas como Ivete Sangalo, Gilberto Gil, Daniela Mercury. Atualmente, participa de projetos instrumentais como: Free Choro e Orkestra Rumpilezz de Letieres Leite.
GABI GUEDES Cresceu ao lado da Ialorixá Mãe Menininha do Gantois, uma famosa líder religiosa do candomblé, dando início aos seus estudos de percussão ao lado dos Alabês Vadinho, Hélio, Dudu e Edinho Carrapato. Acompanhando uma geração de músicos baianos de expressiva carreira, como: Sarajane, Margareth Menezes, Lazzo Matumbi, Gerônimo, Ricardo Chaves e outros Gabi Guedes é considerado um dos mais conceituados percussionistas da Bahia.
Em Salvador desenvolveu importante trabalho de educação musical para crianças carentes na oficina de investigação musical, situada no Pelourinho (Centro Histórico de Salvador). Atuando como percussionista e sonoplasta no Corpo de Balé do Teatro Castro Alves, Gabi Guedes trabalhou com grandes coreógrafos como: Ariane Assherick, Ana Maria Mondini, Carlos Moraes, Armando Pequeno, Augusto Omolú, Vitor Navarro, Luiz Arrieta, David Fanshawe, Antônio Carlos Cardoso, criando ritmos para espetáculos como: Saurê, Iêcamará, Sanctus e Ilhas.
Em 1990, iniciou uma parceria com Jimmy Cliff que durou nove anos como percussionista integrante da Oneness Band. Em 2007 Gabi Guedes fez parte do projeto "Born to Samba" na Alemanha (Hamburgo, Munique), ao lado de grandes personalidades como Raimundo Sodré, Bule-bule, Riachão, Mateus Aleluia e o Grupo BitGaboott no período de quatro meses dirigido pelo produtor Toby Gough.
GIBA CONCEIÇÃO Giba iniciou a sua carreira profissional em 1986 e logo recebeu o troféu Caymmi de músico revelação de 1987. Seu trabalho tem raízes no candomblé. Seu instrumento de pesquisa e mestria técnica é a cuíca. Durante 1994, Giba viajou extensamente pela Europa e EUA com Margareth Menezes e tocou e gravou com muitos dos talentosos artistas brasileiros incluindo Gilberto Gil, Gerônimo e Paulinho da Viola. Em 1996, ele foi convidado juntamente com a banda Zeed Resolution para a tournee brasileira do jamaicano Jimmy Cliff. Giba também trabalhou como professor de percussão na Escola Pracatum de Carlinhos Brown no Candeal de Brotas (2000-2002) e tem desenvolvido workshops na Bahia, França, Áustria e Nova Iorque (EUA), explorando os quatro aspectos da percussão brasileira: candomblé, percussão popular, capoeira e bloco afro.
IVAN HUOL Coordenador e idealizador do projeto Jazz MAM (1993 e 2001), sessões de “jazz” que acontecem todos os sábados no Museu de Arte Moderna da Bahia, hoje rebatizado como Jam no MAM (desde 2007 até os dias atuais). O projeto tem chegado a uma freqüência média de 1.300 pessoas por sábado, totalizando 113.000 pessoas em menos de dois anos de retomada. Tocou com grandes nomes da música instrumental brasileira como: Márcio Montarroyos, Victor Biglione, Artur Maia, Raul de Souza, Raul Mascarenhas, Robertinho Silva, Paulinho Braga, Hildo Hora, Carlos Malta, Nelson Ayres, Nivaldo Ornelas, Paulo Moura, Nico Assunção, Léo Gandelman, Joatan Nascimento, Nelson Veras, Heraldo do Monte, João Donato, e Toninho Horta, com o qual fez a turnê norte-nordeste do show Diamon Land em 1990.
JORGE WALLACE Já tocou com a Banda Jammil e Uma Noites, com Margareth Menezes, Daniela Mercury, Gilmelândia, Asa de Águia e com Claudia Leitte. Tocou também com a Orkestra Rumpilezz, banda de afrobeat e jazz com inspiração no candomblé.
LEONARDO REIS Pertence a uma família onde a música é uma herança religiosa. Seu irmão, Orlando Costa ensinou os primeiros passos. Tem nos timbales um dos seus instrumentos de mais destaque, fruto de estudo e pesquisa em Cuba com o mestre Chagito. Seu timbre percussivo está presente nos discos e shows de Gilberto Gil, Caetano Veloso, Marisa Monte, Ana Carolina, Ivete Sangalo e Banda Eva.
LUIZINHO DE JEJÉ Tem como principal influência os tambores do terreiro Jêje, chamados de Rum Pi Lê , as músicas e cânticos do candomblé, as bandas de percussão da Bahia e a música tribal africana. Luisinho é Ogan do Terreiro do Bogum - Zoogodo Bogum Malê Rundô. Na década de 80, ele participou da percussão do afoxé Rumpilé. Em 1989 ingressou no Olodum. Tocou no Japão, Estados Unidos, Europa e América do Sul, dividindo palco com artistas internacionais como Michael Jackson, Paul Simon e Sadao Watanabe, entre outros.
MARGARY Magary começou a carreira aos 18 anos de idade integrando a banda Swing Percussão. Em 2005, formou o grupo Afro Black Semba Bahia. Em turnês na Europa, Magary mostrou seu trabalho na Itália, Suíça, Austrália, Escócia e Londres. Além disso, fez apresentações em países asiáticos como Singapura e Índia. Já na capital baiana realizou diversas apresentações, entre elas ao lado do cantor Luiz Melodia no Teatro Sesc-Casa do Comércio. Suas composições já foram gravadas por artistas como Seu Jorge, Bebel Gilberto, Ivete Sangalo, e Saulo Fernandes da Banda Eva.
ORLANDO COSTA Pesquisador de instrumentos percussivos há 20 anos, Orlando conhece bem os diferentes estilos e origens da percussão. Orlando já acompanhou artistas brasileiros e estrangeiros em turnês internacionais pelo Japão, Israel, Marrocos, Estados Unidos, Canadá, países da Europa e América do Sul. O percussionista também se apresentou com os músicos Ney Matogrosso, Caetano Veloso, Marisa Monte, Carlinhos Brown, Banda Mel, o americano Jerrel Lamar e Margareth Menezes em importantes festivais como o Montreux Jazz Festival, Arezzo Wave Love, Viva Afro-Brasil, North Sea Jazz, Nice Jazz e o Johnny Walker Festival. Entre os discos que já participou estão os trabalhos de Gilberto Gil, Preta Gil, Marina Lima, Davi Moraes, Moraes Moreira e Armandinho, Arnaldo Antunes, Pedro Abrunhosa, Léo Gandelman, Alcione, Fagner, Sandy e Júnior, Ivete Sangalo, Felipe Mukenga, Artur Maia, Daniela Mercury, Vanessa da Mata, Débora Blando, João de Aquino, Fat Family, Bob Rosa (Menudos), Gerônimo, Banda Eva, Banda Mel, Luiz Caldas, entre outros.
PEU MEURAY Músico, compositor, artista plástico, Peu Meurray nos seus 20 anos de percussão já tocou e gravou com todas as grandes estrelas da música nacional e internacional como Marisa Monte, Carlinhos Brown, Margareth Menezes, Saul Barbosa, Simone Moreno, Pepeu Gomes, Daniela Mercury, com quem gravou o DVD Eletrodoméstico em 2003. Nos palcos internacionais, tocou com o artista Lorenzo Jovanotti na sua turnê pela Europa em 2002/2003 e, em 2004, tocou com a banda italiana Negrita. Em 2006, participou das gravações do CD Infinito Particular da cantora Marisa Monte. Como compositor tem suas músicas gravadas por Ivete Sangalo, Arnaldo Antunes, Seu Jorge, Davi Moraes, Preta Gil, Lorenzo Jovanotti, Timbalada e Tribahia.
Seu trabalho solo com os tambores de pneus já é conhecido em Salvador, São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Fortaleza, Recife Itália e Japão. Pneus já gastos e retirados do lixo são reaproveitados não só como tambores, mas também como caixas de som, bateria, móveis, esculturas, cadeiras, puffs, mesas, camas e objetos de arte, e adornam o Galpão Cheio de Assunto, espaço cultural criado pelo artista para realizar shows e implementar o seu projeto sociocultural ambiental com crianças e adolescentes carentes. De seu trabalho com reciclagem e música, criou uma banda com foco nos ritmos percussivos, que, delineia sua autenticidade conseguindo dar vida e som à borracha, atribuindo-lhe função harmônica.
TONI MOLA Toni Mola, como percussionista, participou, gravou e acompanhou de perto o desenvolvimento de bandas e artistas da axé music como Chiclete (Scorpios), Banda Eva sem e com Ivete, Buscapé, Cheiro, Luiz Caldas e Acordes Verdes, Nissinho, Gerônimo, Rumbaiana, Asa de Águia, Timbalada, Sarajane, Banda Reflexus, Jorge Zarat, Ricardo Chaves, Armandinho, Dodó e Osmar, Tato Lemos, Paulinho Boca, Saul Barbosa, Daniela Mercury, Margareth, Cid Guerreiro, e Bragadá.
WALMAR PAIM Já trabalhou com Roberto Mendes, Mariene de Castro, Margareth Menezes, Banda As Meninas, Chiclete com Banana, Araketu, Caetano Veloso, Maria Bethânia, Elba Ramalho, Jota Veloso, Vânia Abreu, Milton Nascimento, Beto Guedes, Flávio Venturini, Guilherme Arantes, Jussara Silveira, Alcione, Jorge Aragão, Osvaldo Montenegro, entre outros. Traduziu para a bateria o ritmo das Chulas, um tipo de samba único do Recôncavo que originalmente é marcado pelo som das palmas, pandeiros, atabaques, pratos e ganzás. Atualmente, integra a banda Chiclete com Banana.
WALTINHO CRUZ Sua iniciação na carreira musical começou nos terreiros de Candomblé de Cachoeira e no Alto do Gantois com a Ialorixá Mãe Menininha, assimilando toda a Cultura Africana, o que tornou possível sua chance de tocar nas noites acompanhando vários artistas. Com o intuito de se aperfeiçoar na arte de tocar um instrumento musical, ingressou na Universidade Federal da Bahia (UFBA). A partir daí ingressou na Orquestra Percussiva da UFBA regida pelo Professor e Maestro Walter Smetak. Faz parte da atual formação do Chiclete com Banana.
Fonte : Pelourinho Cultural - Março 2011
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