"Namíbia, não!" tem argumento provocador ao abordar, sem tentar resolver o assunto, uma situação hipotética: o ano é de 2016 e o governo brasileiro obrigou que todos os afrodescendentes regressem imediatamente à África, provocando, em pleno século XXI, o revés da diáspora vivida pelo povo africano do Brasil escravocrata.
Salvador sediará a primeira montagem do texto de Aldri Anunciação, também ator da peça. Justo a capital mais negra do Brasil resolveu retomar o tema, mas discutindo-o com bom humor, pois esta, segundo sua equipe, é uma das melhores formas de se chegar ao coração das pessoas.
Namíbia, não! desperta a atenção pelo tema, mas também pela equipe. Além do já citado Aldri Anunciação, a peça tem a atuação de Flávio Bauraqui - ator de sólida carreira no cinema brasileiro e vários papéis em novelas e minisséries da TV Globo. Flávio é gaúcho, está há 18 anos radicado no Rio de Janeiro, e assumiu morar em Salvador durante a temporada.
A direção geral é do ator Lázaro Ramos. Egresso do Bando de Teatro Olodum, Lázaro, que dirigiu um único espetáculo infantil na vida, encara agora o desafio de coordenar uma equipe de teatro adulto, mas se sente absolutamente seguro na função. Para assumir a direção, conta com o apoio de dois assistentes de direção: no Rio de Janeiro, a atriz baiana Ana Paula Bouzas, e, em Salvador, o ator Caio Rodrigo, que é ainda um dos produtores executivos do projeto.
A trilha sonora é assinada por Arto Lindsay, compositor multifacetado e de carreira internacional, mas que debuta em composições para teatro. As fotos são assinadas por Sandra Delgado, esposa do ator Wagner Moura. Enfim, Namíbia, não! chega a Salvador repleto de nomes competentes. É esperar que a montagem encante a muitos e torne o ambiente fecundo às reflexões.
SINOPSE "Na manhã de um dia em 2016, André (Aldri Anunciação) chega em casa anunciando ao primo Antônio (Flávio Bauraqui) que foi assinada, em plena madrugada, uma Medida Provisória determinando que todos os cidadãos negros fossem capturados e enviados de volta a um país africano. A medida visa a reparação social aos danos causados pela União durante os 300 anos de trabalho escravo no Brasil. Refugiados, André e Antônio passam o dia trancados no apartamento, discutindo o absurdo do racismo, da carência financeira e educacional e avaliam as consequências de um iminente retorno à mãe África".
FICHA TÉCNICA
- texto: Aldri Anunciação
- direção geral: Lázaro Ramos
- elenco: Aldri Anunciação e Flávio Bauraqui
- assistência de direção: Ana Paula Bouzas e Caio Rodrigo
- supervisão artística: Luiz antônio Pilar
- direção musical: Arto Lindsay
- produção musical: Jorginho Coelho
- direção de produção: Aldri Anunciação
- produção executiva: Maria do Socorro, Kalik Produções Artísticas, JLM Produções Artísticas Ltda, Caio Rodrigo (Terceira Margem)
- assistência de produção: Renata Peralva e Nathalia Atayde Henrique
- iluminação: Jorginho Carvalho
- assistente de iluminação: Pedro Forjaz e Pedro Benevides
- responsável técnico e operador de Luz - Pedro Dutra
- cenário: Rodrigo Frota
- cenotécnicos: Tárcio Pinheiro e Leonardo Brito
- figurino: Diana Moreira
- engenharia de som: Filipe Pires (Rocha Studio)
- preparador de lutas: Felipe Khoury
- edição de vídeos e câmera: Pacheco
- assistente de produção de vídeos: Camila Martins
- projeto gráfico: Filipe Cartaxo - Cartaxo Cria
- fotografias: Sandra Delgado e Filipe Cartaxo
- assessoria de comunicação: Comunika Press
- realização: Tô Ligado Produções Ltda
Fonte : Teatro Castro Alves - março 2011
volta | contato
|