Programação sob responsabilidade da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia agradou folião pipoca, promovendo o intercâmbio de estilos e ritmos. Carnaval do Pelourinho foi o diferencial da festa com shows de qualidade, descontração e segurança. Ressaca do Carnaval continua na quinta-feira (10), 20h, com Armandinho no Projeto Tô no Pelô.
Cerca de 500 mil pessoas passaram pelo Carnaval do Pelô 2011 até o fim da noite de ontem (08), quando aconteceu o show de homenagem às mulheres com Banda Didá, Mariene de Castro e diversos afoxés e blocos como Filhas de Gandhy, Ilê Oyá e Chegança Feminina, tendo como mestres de cerimônias atrizes baianas premiadas.
Todas as 95 atrações previstas se apresentaram sem cancelamentos, desde o show de abertura na noite da quinta-feira (05), que reuniu Gerônimo, Didá, Meninos do Pelô e 16 percussionistas representando três gerações da percussão baiana no Largo do Pelourinho.
Apresentações de bandas, artistas e grupos dos mais diversos gêneros musicais como Nação Zumbi (maracatu eletrônico), Pepeu Gomes (guitarra baiana), Retrofoguetes e Bailinho de Quinta (revival de carnavais antigos), Mariene de Castro (samba do Recôncavo), Magary (Black Semba), Otto (ritmos regionais com batida eletrônica e marchinhas), Vivendo de Ócio (indie rock), Diamba (reggae) e Didá (percussão), além do carnaval Infantil na Praça das Artes. Toda essa programação fez do Pelourinho o espaço urbano mais multicultural e contemporâneo da cidade. Sucesso de público, em uma de suas melhores noites (sábado-05), o Carnaval do Pelourinho conseguiu lotar o seu principal Largo com cerca de 10 mil pessoas durante o show do Nação Zumbi, de acordo com estimativas da Polícia Militar. Otto e Lateral Elétrica, com muito carisma, não deixaram por menos e trouxeram alegria aos foliões na noite da segunda (07).
Durante seis dias, os shows ocorreram das 16h às 2h e totalizaram 200 horas de música gratuita de qualidade, além das atrações itinerantes como o Olodum Mirim, blocos somente com estrangeiros - japoneses, holandeses, ingleses - e grupos evangélicos, como o Tambores do Mundo e o Sal da Terra; todos unidos pela música, reafirmando a universalidade e democracia do Carnaval do Pelô 2011. O local também contou com a participação de manifestações que são patrimônios culturais imateriais da Bahia como o bloco de afoxés Filhos de Gandhy no domingo (06), com sua tradicional saída; e as tradicionais caretas, máscaras e fantasias do Carnaval de Maragojipe que desfilaram no dia 06 no bloco Pierrot Tradição.
Uma equipe de 171 profissionais de decoração, operação, infra-estrutura de som e luz, e curadoria artística dos shows trabalharam para a realização do Carnaval do Pelô, uma realização do Governo da Bahia, através do da Secretaria de Cultura (SecultBA), com investimento de R$ 1,6 milhão e patrocínio do Governo Federal através do Banco do Brasil.
Quinta-feira (10), a folia continua na ressaca do Carnaval com o guitarrista Armandinho no Projeto Tô no Pelô, às 20h. A programação segue sexta com Carla Visi, Salsalitro e Grupo Refino.
Carnaval Pipoca trouxe opções de diversão para o folião-pipoca - Com três desfiles de trios sem cordas por dia, o programa Carnaval Pipoca da SecultBA contribui para a democratização do carnaval. Luiz Caldas, Motumbá, Novos Baianos, Gerônimo, Tonho Matéria, Cacau do Pandeiro, Juliana Ribeiro e a atração internacional Geoffrey Chambers foram alguns dos nomes que estiveram à frente dos desfiles do Carnaval Pipoca 2011. Nos dois maiores circuitos da folia Osmar (Campo Grande-Centro) e Dodô (Barra-Ondina), de sexta a terça-feira, três trios elétricos atravessaram as avenidas, sem cordas, arrastando foliões-pipoca e embelezando o carnaval.
A passagem destas entidades, além de diversificar as opções de diversão para aqueles que pulam nas ruas, preza pela variedade de ritmos, estilos e artistas presentes na festa. No mais, os trios sem cordas ajudam a desafogar as vias públicas, dando mais espaço e segurança para quem quer se divertir. Esta iniciativa leva também em conta o fato de que dos 478 mil residentes de Salvador que pulam o Carnaval, 58,9% são foliões pipoca.
O Programa Carnaval Pipoca 2011 teve curadoria da SecultBA, para seleção de projetos especiais com ocupação de três trios elétricos licitados pela Bahiatursa, em cinco dias de desfile. A SecultBA também articulou os apoios do desfile do Microtrio, de Ivan Huol, e as apresentações de Gereba e Paulinho Boca no Terreiro de Jesus, Coletivo do Reggae em trio da Prefeitura e o projeto Samba de Nossa Terra, no trio do COMCAR. Ainda articulou o apoio do Governo do Estado ao Palco do Rock, em Piatã, que conta com o patrocínio da Bahiagás. Outra ação do Carnaval Pipoca foi a contratação e pagamento de 107 artistas selecionados pela Prefeitura de Salvador/Conselho do Carnaval para desfilar em trios elétricos e seis palcos dos bairros Cajazeira, Itapuã, Liberdade, Periperi, Plataforma e Tancredo Neves. O investimento total do Carnaval Pipoca em 2011 foi da ordem de R$ 2 milhões, e contou com a parceria das empresas públicas da Bahia como Embasa e Bahiagás.
No encerramento da folia, na terça-feira, 8 de março – Dia Internacional da Mulher –, o Circuito Dodô assistiu à passagem do trio “Vozes Quilombolas”, com Claudya Cos’tta, Isabel Nogueira e Grupo Quixabeira. O trio reverenciou as mulheres, especialmente as quilombolas e descendentes, identidade típica do povo do Recôncavo Baiano, de onde vêm grandes riquezas do samba do estado. No Circuito Osmar, o samba do Recôncavo veio com o trio “Samba de Moça Só”, que também homenageou as mulheres. O Mestre Cacau do Pandeiro, ícone do samba da Bahia, fez as honras para as mulheres que comandaram o desfile ao seu lado: a cantora Juliana Ribeiro, um dos mais destacados nomes da nova geração de sambistas baianas, e a banda Samba das Moças, formada exclusivamente por mulheres. Fechando a programação do ano, Buck Jones, ex-vocalista da extinta Banda Mel, fez o show “Axé Percussivo”, apresentando músicas do início da Axé Music.
Carnaval Ouro garante a diversidade de ritmos nos circuitos - Os desfiles das entidades de matriz africana, nos três circuitos da folia, preservam características fundadoras do Carnaval, como a diversidade, espontaneidade, a inversão de papéis e a celebração coletiva. Com o Ouro Negro foi possível manutenção da festa nos circuitos tradicionais do Carnaval de Salvador: o Campo Grande (Osmar) e o Centro Histórico (Batatinha). Com o interesse cada vez maior dos artistas e blocos de Axé pela visibilidade oferecida pelo circuito Barra-Ondina (Dodô), são os blocos de samba, afro, afoxés, reggae, índios e percussão que ainda garantem a presença de baianos e visitantes ao Centro de Salvador, nos seis dias de folia. Desde a Quinta do Samba, quando uma multidão de amantes do mais brasileiro dos ritmos lotou o Campo Grande até esta terça-feira com o desfile de blocos afro tradicionais, como o Ilê Aiyê e os Filhos do Congo, o Carnaval Ouro Negro revela a força das heranças africanas para a cultura e identidade da Bahia.
Além da emoção que se repete e se renova, a cada ano, na passagem de entidades símbolos do Carnaval baiano como o Olodum, Ilê Aiyê, Filhos de Gandhy e Alvorada – todos com mais de três décadas de presença na folia – outros blocos negros se destacaram por apostar em novidades. Foi o caso do afro Okanbí, criado no Engenho Velho de Brotas, em 1982. Além da forte percussão, comandada por Jorjão Bafafé, os desfiles do bloco pelo Circuito Batatinha, segunda e a terça-feira, foram animados por duas revelações da música negra atual: o grupo de RAP baiano Opanijé, que mistura samplers e batidas eletrônicas ao som de berimbaus, instrumentos percussivos e cânticos do candomblé, e Ellen Oléria, cantora do Distrito Federal, que coloca sua potente voz em letras políticas, ao swing de gêneros da black music, como o funk, samba, soul e hip hop. O público presente à Praça Castro Alves curtiu a mistura de RAP, eletrônico e tambores, além de ficar atento às mensagens da cantora brasiliense em defesa dos direitos das Mulheres.Em 2011, as mulheres estiveram no Centro do Carnaval, quando percussionistas da Didá participaram da abertura do Carnaval do Pelô. A partir daí, estava dada a largada para que elas brilhassem, seja na percussão, na dança ou no canto, como as cantoras Mariene de Castro (Alerta Geral), Juliana Ribeiro (Amor e Paixão), Fabrícia Amaral (do grupo de samba Movimento), Nadjane Souza (Olodum), Gal do Beco (Alvorada), Noélia (Amigos do Babá) Carla Lis e Savannah (Didá) e Claudia Costa (Cortejo Afro) que se destacam. No ano do Carnaval da percussão, é importante destacar a presença feminina também na regência de bandas, como as mestres Vaneide, Adriana e Ivone, da banda Didá e Andréa, da banda Olodum.
Mais uma vez, em 2011, o Carnaval Ouro Negro possibilitou a participação de moradores dos mais distantes bairros da cidade e de municípios próximos. De Lauro de Freitas, além do Zambiã, veio o Bankoma, do bairro de Portão. Jauá, localidade do município de Camaçari, foi representada pelo afoxé Omó Izó, que integrou o desfile do afro Amigos do Babá. O afoxé Filhos da Maré atravessou o mar que separa a Ilha de Maré do Carnaval de Salvador.
Dos bairros mais distantes, os Filhos do Congo vem de Cajazeiras, o Relíquias Africanas, de Pirajá e o Arca de Olorum, do Rio Sena. Mas também tem blocos do Centro da cidade, como o afoxé Kambalagwanze, do Barbalho, o Aspiral do Reggae e A Mulherada, do Pelourinho e Reduto do Samba, do Tororó. Além do Pelourinho, outros bairros com vocação cultural possuem mais de um representante no Carnaval. É o caso do Engenho Velho de Brotas, de onde vem o Okanbí, Mutuê, Os Negões e outros. Da Liberdade, vem o conhecido Ilê Aiyê, e outros como o Blocão da Liberdade e o Alabê.
Cobertura - O site www.carnaval.ba.gov.br transmitiu a folia em tempo real através da TVE Bahia e da Educadora FM 107.5. Os destaques foram para a programação do Carnaval Ouro Negro, Carnaval Pipoca e Carnaval do Pelô. A cobertura ganhou reforço na divulgação com o uso do twitter, em dezenas de postagens diárias durante 24 horas. A cobertura contou com informações exclusivas e alimentação de canais como Flickr e Facebook.
A TVE Bahia tem feito uma cobertura diferenciada, com foco na diversidade e nos shows que acontecem no Largo do Pelourinho. No primeiro dia de transmissão, o IBOPE registrou 3 pontos de audiência, sendo o terceiro canal de televisão na preferência do telespectador. O pico da transmissão foi por volta das 1h30 da madrugada, 2% dos 16% que estavam assistindo a TV estavam ligados na transmissão da TVE.
Fonte : IDERB - março 2011
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