Linda, baiana, sorriso amistoso e cantora de axé, Marcela Martinez sabe que é quase impossível não compará-la a Claudia Leitte e Ivete Sangalo. Mas, apesar de se declarar admiradora das duas, ela garante buscar um estilo próprio no tão disputado carnaval baiano.
Apadrinhada pelo líder do Asa de Águia, Durval Lelys, a loira de 21 anos, além de cantar, é multi-instrumentista, toca violão, guitarra, bateria - e, por incrível que pareça, já sofreu até preconceito por causa disso.
"Não sei nem se é preconceito a palavra, mas os homens encaram a mulher tocando de um jeito diferente, se surpreendem com uma loirinha cantando e solando em uma guitarra. A princípio é mais uma loira estereotipada, mas esse lance de tocar bateria, guitarra, surpreende", conta ela.
“Eu busco um trabalho mais autoral, de poder tocar bateria, cantar para a galera, tocar uma música mais romântica com o violão... Quero mesmo é tocar o coração das pessoas”, diz a cantora, que mesmo com as comparações, presta atenção no trabalho das cantoras. “A Ivete tem uma banda maravilhosa, eles se preocupam com os arranjos e ela não canta só axé, tem vários projetos. Vejo como uma cantora que não se acomoda nunca e está sempre produzindo. A Claudinha é interessante porque ela é uma diva, sempre prepara um espetáculo para as pessoas assistirem”.
Desde os seis anos arriscando algumas notas no violão, Marcela contou que o sonho de seu pai sempre foi ser músico, mas ele transferiu seus desejos para ela.
"Ganhei meu primeiro violão com 6 anos, comecei a tocar com 7. Aos 9 anos de idade ganhei minha primeira guitarra e já comecei a compor também. O sonho do meu pai era viver de música, mas ele não teve o apoio dos pais e acabou jogando para mim, todo o apoio que ele não teve, ele deu para mim".
Antes de ser apadrinhada por Durval, Marcela já dava seus pulos e até participou de um reality show de música na TV.
"Estava começando devagar em uma produtora em Salvador e surgiu a oportunidade de participar de um programa no Multishow, o 'Geleira do Rock'. Foram 21 dias trancada em um estúdio com vários músicos e grandes produtores musicais como o Tom Capone. A partir daí comecei a ter uma visibilidade maior”.
Cria e criatura
Engajada em fazer sua carreira musical deslanchar, Marcela viu a sorte bater em sua porta quando Durval Lelys a viu pela primeira vez. Apesar de o vocalista do Asa de Águia ser amigo de infância do pai da cantora, tudo aconteceu por outros caminhos.
"Meu pai conhece o Durval desde criança, mas não foi ele o contato. Um amigo em comum com o Durval nos apresentou e mesmo sem ele conhecer minha música, confiou em mim. Subi no trio dele naquele dia e cantei", contou ela, que relembra a emoção do momento. "No fundo, eu nem estava acreditando que aquilo era possível, estreando no bloco 'Me Abraça', no carnaval de Salvador, cantando pela primeira vez no trio. A resposta do público foi muito boa, puxei minha guitarra, mandei um solo mais rock'n'roll, ninguém esperava, foi muito legal".
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