O secretário explica que o Carnaval da Cultura “acontece com base em procedimentos definidos, estruturados e públicos, para os quais o horizonte é a qualidade e o mérito das propostas e dos proponentes, em vez da lógica do favor. Isto garante mais democracia e mais afinidade com a dimensão cultural do carnaval”. O investimento do Governo do Estado no Carnaval da Cultura gira em torno de R$ 10 milhões.
BAILECONCERTO da Orquestra Sinfônica da Bahia abre o carnaval
O Carnaval da Cultura começa em grande estilo no domingo, 23 de fevereiro, às 11h, na Sala Principal do Teatro Castro Alves, com a apresentação do BAILECONCERTO da Orquestra Sinfônica da Bahia (OSBA), sob a regência do maestro Carlos Prazeres, no projeto Domingo no TCA, especialmente batizado de “Carnaval no TCA”. Os ingressos (R$ 1) começam a ser vendidos às 9h, no dia do espetáculo, com acesso imediato do público ao teatro.
Com um programa que traz marchinhas clássicas de autores como Braguinha, Noel Rosa e Alberto Ribeiro, além de passear por canções que marcaram época com o surgimento dos primeiros trios elétricos, de autores como Caetano Veloso e Moraes Moreira, a OSBA promove um diálogo entre o popular e o erudito e se integra ao circuito cultural soteropolitano num período tão efervescente como é o carnaval na Bahia.
Além da apresentação no TCA, o BAILECONCERTO da OSBA será também um dos destaques na festa oficial de abertura do Carnaval de Salvador 2014, num show especial no dia 26 de fevereiro (quarta-feira), a partir das 17h, no Farol da Barra. Para afinar os últimos detalhes e testar os arranjos, a OSBA promove, na noite do dia 20 de janeiro (quinta-feira), um ensaio geral para convidados no Teatro Castro Alves.
CARNAVAL DO PELÔ abre espaço para a pluralidade
O Carnaval do Pelô é o carnaval da pluralidade, onde as pessoas fervilham numa mistura de ritmos, artes e ideias. A programação é a mais diversificada entre os circuitos da festa. São shows de reggae; pop rock; afro pop; axé; arrocha; hip hop; samba rap; dancehall e outros estilos, além de apresentações de bandões, fanfarras e mais elementos representativos da cultura popular, como as marchinhas, o teatro de rua e os mamulengos.
A expectativa, este ano, é de que mais de 1 milhão de pessoas participem dos cinco dias de folia no Pelourinho. “A mistura é o que define a identidade e caracteriza a riqueza do Carnaval do Pelô”, afirma a diretora do Centro de Culturas Populares e Identitárias (CCPI), órgão responsável pela coordenação dos programas da Cultura no Carnaval, Arany Santana.
Serão 15 grandes shows no palco principal do Largo do Pelourinho, com atrações já confirmadas, como Carlinhos Brown, Lazzo Matumbi, Baiana System, Mariene de Castro e Margareth Menezes. Nas ruas do Centro Histórico, a animação será garantida por 20 grupos musicais e 12 grupos performáticos. A programação do Carnaval do Pelô é inteiramente gratuita.
CARNAVAL DO PELÔ homenageia Dorival Caymmi e Ilê Aiyê
“Bahia Negra: Caymmi e Ilê” é o tema do Carnaval do Pelô 2014, em homenagem ao centenário de nascimento do cantor e compositor Dorival Caymmi e aos 40 anos do Ilê Aiyê, bloco que revolucionou política e esteticamente o carnaval da Bahia. A Secretaria de Cultura do Estado amplia a homenagem também a outras entidades de relevância histórica que vêm desenvolvendo, ao longo de décadas, ações em prol da cultura negra, como Filhos de Gandhy, Commanche do Pelô, Badauê, Commanche do Pelô e Malê Debalê.
A decoração do Pelourinho, portanto, tem como base os símbolos de Caymmi e dessas entidades culturais para a valorização da cultura negra como elemento formador da sociedade da Bahia. “É interessante ver a arte cumprir sua função social, levando a história e o conhecimento ao cidadão. Para mim, essa condição de expor ao ar livre, fora dos espaços convencionais, de forma que todo mundo veja e, ainda, ter a oportunidade de harmonizar estes elementos com uma paisagem tão culturalmente significativa como a do Pelourinho, é muito importante”, declara o artista plástico baiano J. Cunha, que assina a criação e o projeto gráfico da decoração, informando que as inserções gráficas nas ruas e largos preservam integralmente a arquitetura e o patrimônio do Pelourinho.
A escolha da proposta artística de J. Cunha respeita edital público lançado pela Secretaria de Cultura do Estado da Bahia. Com 40 anos de carreira, o artista privilegia a cultura popular como inspiração de suas obras. Dentre os inúmeros trabalhos que o fazem reconhecido nacional e internacionalmente está a criação da identidade visual do Ilê Aiyê.
O tema “Bahia Negra: Caymmi e Ilê” está referenciado por uma das diretrizes que guiam as políticas culturais da SecultBA: a ampliação dos diálogos interculturais. O afro-brasileiro é um dos muitos sotaques que configuram a cultura baiana, uma herança atualizada a cada novo Carnaval, mas também através de encontros, discussões e publicações. Para além das festas, a Secretaria tem empreendido, através de seu Centro de Culturas Populares e Identitárias, uma série de políticas e eventos de aprofundamento do tema, a exemplo do I e II Encontros das Culturas Negras.
CARNAVAL OURO NEGRO exalta o legado cultural africano
Mais de 100 entidades carnavalescas dos segmentos afro, afoxé, samba, reggae e índio vão participar do Carnaval Ouro Negro este ano e prometem levar para a avenida verdadeiros espetáculos que homenageiam esse legado cultural.
“O Carnaval Ouro Negro é, hoje, de vital importância para as entidades baianas de matrizes africanas. Apesar de nosso carnaval ser bastante africanizado, estas agremiações, em especial as médias e pequenas, têm grande dificuldade de obter patrocínios, o que evidencia o preconceito social ainda vigente. Mesmo as grandes e poderosas entidades afro sofrem com isto. O Carnaval Ouro Negro ajuda a garantir a presença fundamental, diversa e bela das entidades negras no carnaval da Bahia”, avalia o secretário de Cultura do Estado, Albino Rubim.
Uma das principais contribuições do Ouro Negro é o estímulo ao Afródromo, um dos movimentos mais relevantes da renovação do carnaval baiano. Nascido no bojo das entidades negras do Carnaval da Bahia e de sua liga recém-criada, ele recoloca, em lugar de destaque, as entidades negras. A Secretaria de Cultura apóia decisivamente a instituição do Afródromo, desde o primeiro momento, por considerar sua capacidade de inovação e por sua luta para recolocar as entidades afro no lugar de destaque que merecem ocupar no Carnaval da Bahia.
Todos os blocos que participam do Afródromo fazem parte do programa Ouro Negro, desenvolvido a partir de um credenciamento anual pelo qual as entidades carnavalescas recebem subsídios para manterem vivas a tradição de desfilar a cultura afro-brasileira no carnaval de Salvador. “O Carnaval Ouro Negro abraça grupos de grande importância social e cultural que ajudam a contar a história da Bahia e do carnaval. Além do investimento na festa, o programa possibilita que estas entidades desenvolvam trabalhos sociais dentro de suas próprias comunidades, o que se estende durante o ano inteiro e é um auxilio para melhoria na qualidade de vida de crianças, jovens e adultos”, afirma a diretora do Centro de Culturas Populares e Identitárias (CCPI), Arany Santana.
CARNAVAL PIPOCA democratiza o acesso de artistas e foliões
No Carnaval Pipoca, as cordas não têm vez. O apoio da Secretaria de Cultura do Estado é justamente para um carnaval com dificuldades de existência: aquele com atrações culturais voltadas para o folião que não veste abadá e que, portanto, está fora da lógica mercantil de blocos e estrelas. Um carnaval da maioria, afinal, segundo pesquisa feita pela própria SecultBA, o folião pipoca compõe o público majoritário do carnaval de Salvador e, portanto, merece toda a atenção.
“Os artistas que fazem o projeto Carnaval Pipoca merecem ser prestigiados. Um projeto que democratiza o acesso de artistas dos mais diferentes segmentos aos palcos, tornando-os visíveis ao público e, ainda, que democratiza o acesso do público a um espaço de lazer tão significativo como é o carnaval, é muito importante para o desenvolvimento da cultura”, avalia a diretora do Centro de Culturas Populares e Identitárias (CCPI), Arany Santana.
Este ano, a programação do Carnaval Pipoca acontece no Pelourinho e nos circuitos do carnaval. Nos circuitos da folia, destaque para os microtrios, que este ano, ganharam um investimento maior – R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais). O aumento se justifica pelo sucesso de público alcançado no ano passado, aliado à qualidade musical das atrações.
O microtrio une referências históricas. Passado e presente se combinam para proporcionar ao folião a maior proximidade com o artista e até a emoção tão cantada dos antigos carnavais. ”O microtrio é uma tradição que faz parte da história do carnaval e da música baiana. É um elemento de resistência que permanece, mesmo após o domínio dos trios elétricos. Para que esta memória continue sendo fortalecida, é necessário que o público se interesse por conhecer a proposta e valorize”, convida a diretora do CCPI, Arany Santana.
Além da criatividade do microtrio, 36 atrações artísticas serão selecionadas para as apresentações nos largos Tereza Batista, Pedro Archanjo e Quincas Berro D’Água, no Pelourinho. Os grupos e artistas vão passear por ritmos como afro, reggae, arrocha, pop rock, afro pop, axe´, antigos carnavais, samba, rap, hip hop, ragga e dancehall.
OUTROS CARNAVAIS apóia os carnavais diferenciados
Apoiar os carnavais diferenciados e com importante singularidade cultural, como é o caso do Palco do Rock e do Carnaval de Maragojipe, reconhecido pelo Governo da Bahia, através da SecultBA como patrimônio cultural imaterial. Este é o propósito do Programa Outros Carnavais. A beleza e a singularidade do Carnaval de Maragojipe passeiam por sua capacidade de preservar, e atualizar, a rica tradição das máscaras e caretas no Recôncavo Baiano.
Outro carnaval que faz a diferença na programação cultural da folia em Salvador, e que também conta com o apoio da Secretaria da Cultura do Estado, é o Palco do Rock, que tem lugar cativo no coqueiral da praia de Piatã, de sábado (01) à terça-feira (04) de março, das 18h30 às 03h30 da madrugada. Trata-se do maior festival de rock independente da Bahia, com a participação, este ano, de 32 bandas locais e de outros estados. É, também, o primeiro festival de rock independente incluído nos carnavais do Brasil. O Palco do Rock chega a sua 20ª edição em 2014 com a expectativa de atrair, nos quatro dias, aproximadamente 17 mil pessoas – mais uma prova de que o Carnaval da Cultura promove a folia mais diversificada e democrática de Salvador.
Fonte : SecultBA (13/02/14 | 13H02) - fevereiro 2014
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