Será também durante os lançamentos em São Paulo e em Salvador, que conta com parceria do selo pernambucano Assustado Discos, que o público terá contato em primeira mão com o LP remasterizado em vinil 180 gramas (são poucas cópias disponíveis) ou, no caso de Salvador, também com o CD – este, trazendo três composições inéditas de Sergio Souto gravadas pelo Sexteto, que integram o disco como bonus track.
Posteriormente, o LP poderá ser encomendado através do e-mail assustadodiscos@gmail.com ou da página do selo no Facebook: @AssustadoDiscos. Já informações sobre a história do Sexteto do Beco poderão ser acessadas através do site www.sextetodobeco.com.br ou na página do Facebook localizada por @sextetodobeco.
“Durante nossa produção musical, descobrimos que a estrutura harmônica de nossas músicas, com bastante influência da bossa nova, era muito mais rebuscada harmonicamente que os Standards do jazz. Improvisar em cima dessas harmonias, notadamente além de nossas capacidades técnicas, era um verdadeiro desafio.” – Aderbal Duarte, músico e compositor.
A música do “Sexteto” nasceu com a proposta de criar um som instrumental que utilizasse elementos da cultura musical popular, numa linguagem universal. A abordagem e sonoridade inovadoras criadas por seus integrantes transformou o grupo em um importante laboratório para investigações na área do arranjo, composição e improvisação.
Durante o período de sua existência, foi um aglutinador e catalisador de pesquisas, estudos e práticas para músicos atuantes no cenário baiano. Mas o único registro fonográfico do grupo, o LP Sexteto do Beco, lançado em 1981, esgotou-se em pouco tempo e a nova geração de artistas da cena instrumental baiana teve (até agora) o acesso dificultado a seu histórico, suas músicas, fotos e registros jornalísticos.
Daí a ideia de reeditar o vinil e lançar o website, o CD e a sua versão digital, capitaneada por Sergio Souto, um dos três fundadores do grupo. Com o falecimento de Sergio em 2014, sua família ficou à frente do projeto, que chega agora ao público como uma nova oportunidade de vivenciar a riqueza sonora e a qualidade das composições, dos arranjos, improvisos e interpretações que transformaram o disco numa raridade almejada por colecionadores e musicistas interessados na produção musical gerada a partir de um período de forte ebulição criativa da Escola de Música da UFBA – com a convivência e troca entre jovens artistas e professores/musicistas/compositores do calibre de Ernst Widmer, Walter Smetak, Paulo Gondim e Lindembergue Cardoso, entre outros.
“Nascido a partir da Banda do Companheiro Mágico (década de 1970), o Sexteto do Beco (década de 1980) continuou trazendo a essência da música instrumental para Salvador. Vivíamos, respirávamos música durante horas, enquanto mergulhávamos nos ensaios. O Sexteto trouxe a todos os que tocaram, cantaram, assistiram, uma sensação de beleza intensa. Fomos apaixonados por muitos anos. E muitos continuam apaixonados até hoje.” – Andrea Daltro, cantora.
A origem do Sexteto do Beco vem da primeira metade da década de 1970 em Salvador, a partir de um núcleo formado por Aderbal Duarte (violonista, compositor e arranjador), Sergio Souto (flautista, saxofonista, regente, arranjador e compositor) e Thomas Gruetz (violonista, arranjador e compositor). Em 1976, com a adesão de Antônio Sarkis, Marco Esteves e Oscar Dourado, colegas da Escola de Música da UFBA, o trio inicial – de dois violões e flauta – ganhou voz, sax soprano e contrabaixo acústico, por uma necessidade de experimentar novas combinações timbrísticas e diversificar as orquestrações. Mas não parou por aí; para muito além do seu núcleo fundador, o “Seiscentos do Beco”, como chegou a ser carinhosamente chamado pelos amigos, deu o pontapé inicial à proposta de um coletivo que sempre incluía novos músicos à sua formação.
O Sexteto do Beco chegou a contar com 19 músicos interpretando seu repertório autoral, numa big band com sonoridade grande e diversa, arranjos rebuscados, harmonicamente elaborados e ritmicamente sofisticados. Mais de quarenta instrumentistas e cantores fizeram parte do grupo em alguma das suas gravações e apresentações. São artistas como Anunciação, Fred Dantas, Paulinho Andrade, Tuzé de Abreu, Gerson Barbosa, Guimo Mygoia, Zeca Freitas, Kity Canário, Andrea Daltro, Veléu Cerqueira, Rowney Scott, Ivan Bastos e Ivan Huol, todos importantes agentes fortalecedores da música instrumental made in Bahia.
Nessa época, eram os becos, ruelas, garagens e pequenos espaços da capital baiana que serviam de abrigo para a experimentação musical independente. Era um cenário vazio de recursos e intenso em liberdade criativa. Reunindo-se num beco em Pituaçu (vem daí a origem do nome) em inspiradas jam sessions, a turma do “Sexteto” começou a construir sua história, que marcava uma séria ruptura entre o ensino musical acadêmico da Bahia – baseado nos valores da música erudita europeia e na influência dos ícones da musicalidade estadunidense – e a afirmação, no sentido progressivo, das raízes da música instrumental brasileira.
O grupo cresceu, mas não parou de desenvolver, simultaneamente, espaços para pesquisa, composição e aprimoramento técnico instrumental. Com um naipe de sopros pouco usual, composto de quatro flautas, três saxofones, um trompete e um trombone, além da voz soprano de Andreia Daltro, também tratada como instrumento, ele firmou-se com uma sonoridade diferente, própria do grupo, expressada através de composições feitas em função deste instrumental. Entre jam sessions e shows no Teatro Castro Alves, pátio e Teatro do ICBA (Goethe-Institut Salvador), MAM-BA e Teatro Vila Velha, o Sexteto do Beco abriu caminho para outros grupos instrumentais baianos – Garagem, Tríade, Operanóia etc. – e se tornou umas das maiores referências musicais da Bahia contemporânea (hoje com repercussão internacional).
FICHA TÉCNICA (REEDIÇÃO)
- Idealização: Sergio Souto (in memorian)
- Coordenação artística: Daniel Rangel e Beth Rangel
- Produção musical: André Rangel e Gilberto Monte
- Coordenação de produção: Gisele Nussbaumer e Gilberto Monte
- Assessoria de Pesquisa: Aderbal Duarte
- Gestão financeira e mobilização de redes sociais: Diogo Souto
- Design: Dandara Almeida
- Remasterização: Carlos Freitas, realizada no estúdio Classic Master (São Paulo/SP)
LANÇAMENTO SEXTETO DO BECO - SALVADOR/BA
QUANDO : dia 10 de dezembro de 2016 - SAB
ONDE : Museu de Arte Moderna da Bahia, Salvador (Av. Contorno, s/n).
HORÁRIOS : 17h (lançamento para convidados do LP remasterizado + CD + Website) e 18h (JAM no MAM especial com participação de Aderbal Duarte e Andrea Daltro).
QUANTO : Os ingressos para a JAM no MAM custam R$ 8,00 (inteira) e R$ 4,00 (meia); o acesso dos convidados para ao lançamento, às 17h, será livre.
LANÇAMENTO SEXTETO DO BECO - SÃO PAULO/SP
QUANDO : dia 09 de dezembro de 2016 - SEX
ONDE : Patuá Discos – R. Fidalga 516, Vila Madalena, São Paulo.
HORÁRIOS : Das 18h às 22h. Lançamento conjunto dos LPs "Sexteto do Beco", "Velha Guarda 22" (Mamelo Sound System) e "Coleção Nacional" (Instituto).
DISCOTECAGEM : Dvyzor, Rodrigo Brandão + DJs Patuá
Fonte : SECULT BA (06/12/2016 11:48) - dezembro 2016
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