Eles já foram maioria no Carnaval de Salvador. Nas décadas entre 70 e 80 somavam mais de 20 entidades. Os blocos de índios que em primórdios da Folia de Momo dominavam o cenário da festa, hoje se resumem ao Apaxes do Tororó e Comanches do Pelô. Em mais um ano de resistência, eles desfilaram pelas ruas do Circuito Dodô (Campo Grande), neste domingo (7), arrastando suas tribos com milhares de foliões.
Ao som do grupo de samba Fora da Mídia, o Apaxes do Tororó, que comemora 47 anos do primeiro desfile, levou para ruas 300 percussionista e 1,5 mil associados. Segundo o presidente da agremiação, Adelmo Costa, é uma luta grande para colocar o bloco na rua. “É um trabalho árduo feito durante todo ano, mas graças aos parceiros conseguimos trazer o nosso bloco de índios para mais um Carnaval”, diz.
Folião da entidade há 20 anos, o morador do Tororó, Vivaldo Silva, 54 anos, não abre mão da fantasia. Vestido de cacique, ele falou sobre a relação com o Apaxes. “Faço questão de sair e vestido de índio. Foi assim que tudo começou”, afirma o associado que desfila na ala de frente puxada pelo cacique do bloco, Givanildo dos Santos. A batalha para não deixar morrer a cultura indígena no Carnaval é também bandeira de luta do Bloco Comanches do Pelô que também desfilou, neste domingo (7), ao som do Samba do Pretinho, Valverde & Cia, Jorginho Commancheiro, Rose Belo e Helen Pires. Completando 42 folias ininterruptas, o bloco dividido em dez alas, levou para ruas seus associados como uma grande tribo.
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