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O percussionista Naná Vasconcelos morre aos 71 anos no Recife
percurssão e pesar
Ganhou por sete anos consecutivos (1984-1990), o prêmio de Melhor Percussionista do Ano. Nos anos 60 se notabilizou por seu talento com o berimbau.



O Brasil lamenta o falecimento do percussionista pernambucano Naná Vasconcelos. O músico lutava contra um câncer de pulmão descoberto em agosto do ano passado. Ele faleceu, nesta quarta-feira, dia 09 de março de 2016. “Naná se firmou como um dos mais respeitados instrumentistas do país, como referência na percussão, sem ter frequentado alguma escola de música durante sua formação. A música brasileira está muito sentida hoje”, afirmou o secretário, Jorge Portugal. A SecultBA transmite o seu pesar aos familiares, amigos e admiradores da trajetória do percussionista.

Durante sua carreira, Juvenal de Holanda Vasconcelos - apelidado de Naná por sua avó - sempre teve preferência por instrumentos de percussão. Nos anos 60 se notabilizou por seu talento com o berimbau. Em 1967 mudou-se para o Rio de Janeiro onde gravou dois LPs com Milton Nascimento. No ano seguinte, junto com Geraldo Azevedo, viajou para São Paulo para participar do Quarteto Livre, que acompanhou Geraldo Vandré no histórico Festival Internacional da Canção. Sua obra foi propagada e respeitada dentro e fora do Brasil. Naná fez parte do grupo Jazz Codona, com o qual lançou três discos. Gravou também com B.B King, com o violinista francês Jean-Luc Ponty e com a banda Talking Heads. Participou de álbuns de Milton Nascimento, Caetano Veloso, Marisa Monte e Mundo Livre S/A. Na Bahia, Naná Vasconcelos foi responsável pela direção artística do Panorama Percussivo Mundial (Percpan), festival de música realizado anualmente em Salvador desde 1994, voltado especialmente a músicos que exploram instrumentos de percussão.

Naná Vasconcelos ganhou, por sete anos consecutivos (1984-1990), o prêmio de Melhor Percussionista do Ano da conceituada revista de jazz Down Beat, ganhou oito prêmios Grammy. O pernambucano também fez trilhas sonoras para filmes nacionais e norte-americanos. Em 2013, o músico fez a trilha sonora da animação O Menino e o Mundo, que disputou o Oscar de melhor filme de animação em 2016. No dia 9 de dezembro de 2015, Naná Vasconcelos recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).

 



Foto arquivo Geledes Org


CURIOSIDADES
Lá em maio de 2013, Naná era exaltado por Carlos Bozzo Jr no Carderno Ilustríssima da Folha de São Paulo, onde: "O guitarrista Pat Metheny o chama de Doctor, e o percussionista indiano Trilok Gurtu, de Paxá. Por oito vezes, foi chamado pela revista DownBeat de o Melhor Percussionista do Mundo, em votação promovida entre críticos pela publicação norte-americana dedicada ao jazz. O cineasta italiano Bernardo Bertolucci não admite que o chamem de músico, mas sim de "A Música". Quando alguém o chama de Mestre, rebate, humildemente: Mestre está no céu".
E na reportagem uma curiosidade "Ninguém o chama de Juvenal, que oficialmente antecede o de Holanda Vasconcelos. O apelido pelo qual ele decidiu ser chamado foi dado pela mãe, Petronila, quando ainda moravam juntos no bairro Sítio Novo, em Olinda. Ela foi encurtando de 'Juvenár' até chegar em Naná."


Fonte : SECULT BA (09/03/2016 11:32) - março 2016 / Foto arquivo Geledes Org
CURIOSIDADES : Carlos Bozzo Jr - "De como Juvenal se tornou o fenômeno Naná Vasconcelos" - Folha de São Paulo, no Caderno Ilustríssima, no dia 11/05/2013 22h08. Para conferir essa reportagem na íntegra confira aqui

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