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Exposição das tradicionais Máscaras de Saubara
bastidores da folia
Dois Espaços Culturais recebem exposição das tradicionais de Máscaras



Durante o mês de setembro, dois Espaços Culturais administrados pela Secretaria de Cultura da Bahia (SecultBA) recebem a exposição “Máscaras de Papietagem”, uma mostra do trabalho de cinco artistas do Ponto de Cultura Coletivo Sambadores e Sambadeiras de Saubara, que preservam a história e tradição das máscaras de papel machê no Recôncavo Baiano.

A exposição estará aberta para visitação pública no Centro de Cultura Amélio Amorim, em Feira de Santana, de 09 a 17 de setembro 2021, e depois segue para o Espaço Cultural Alagados, em Salvador, onde ficará de 21 a 30 de setembro 2021. A entrada é gratuita e, para ter acesso, o público deve seguir as orientações dos protocolos de segurança sanitária.

Nos domingos do mês de julho, dezenas de mascarados ganham as ruas da cidade de Saubara, que vira um grande picadeiro, um palco a céu aberto onde pessoas comuns se disfarçam para brincarem e dançarem. Feitas de papel machê, as máscaras costumam ter aparência fantasmagórica, monstruosas, com grandes dentes e chifres, assustando as crianças que saem a correr gritando a plenos pulmões "olhe o sol, olhe a lua olhe, o diabo na rua!".

A exposição “Máscaras de Papietagem” reunirá peças produzidas por cinco artistas e mestres fazedores de

 

máscaras de Saubara: Mauro Passos Chagas, Fabrício Mesquita Alves, Marcos Barbosa dos Santos, Jonas Vieira e Eduardo Xavier (In memoriam). Produzidas manualmente, as máscaras são feitas de barro, papelão e goma de farinha de mandioca, além claro das tintas e adereços. Subversiva que é desde o seu surgimento, a tradição apregoa que “quanto mais feia, mais bela é a máscara”. Além de valorizar e preservar uma tradição de mais de 150 anos, a exposição também representa uma resistência frente ao uso das máscaras de borrachas produzidas pela indústria. “Sem sombras de dúvidas essa é uma das maiores expressões da herança africana em nosso território, por isso temos a missão de preservar frente à imersão das máscaras de borrachas que as novas gerações vêm usando no lugar das tradicionais”, destacou o professor e pesquisador Agenor Santana. Para ele, é preciso que as novas gerações tenham uma educação patrimonial, para compreenderem que essas manifestações são patrimônios imateriais de grande valor histórico, artístico e cultural.

HERANÇA AFRICANA
Historiadores e pesquisadores possuem algumas versões sobre a origem da tradição das máscaras de papelão na região de Saubara. Uma delas é que um senhor de engenho, em 1850, resolveu dar uma festa no povoado e, para conseguir participar da celebração, um escravo se disfarçou, circulou entre os convidados e depois fugiu. Outra versão fala também sobre o Batuque de Negro, celebração feita por escravos, com a permissão dos senhores de engenhos, na qual também eram usados adereços. Além disso, diversas sociedades africanas usavam máscaras, dando a elas diferentes significados, seja ritualístico, religioso, festivo e/ou ancestral.
Por outro lado, a versão que explica o fato dessa manifestação ser realizada no mês de julho remete a outro período da história da Bahia e do Brasil. De acordo com o professor Ubiratan de Castro, nas batalhas contra os portugueses pela independência da Bahia, celebrada em 2 de julho, pessoas se mascaravam para lutar, inclusive, as mulheres conhecidas como Caretas do Mingau. Portanto, “a temporada de mascarados e caretas rememora também o triunfo saubarense sobre a tirania lusitana”, afirma o professor Agenor.

COMO FAZER MÁSCARAS DE PAPIETAGEM
Molde com as mãos o formato de um rosto, utilizando papel-jornal ou folhas de revistas amassadas

PROTOCOLO DE SEGURANÇA
Para ter acesso ao foyer dos Espaços Culturais, onde será realizada a exposição, o público precisa respeitar os protocolos de segurança adotados, que inclui uso de máscara, álcool gel, medição de temperatura, e distanciamento entre as pessoas nas dependências internas do espaço. Além disso, conforme estudo de ocupação dos espaços realizado pela Diretoria de Espaços Culturais a fim de evitar aglomeração, só podem entrar grupos de até 24 pessoas no foyer do Centro de Cultura Amélio Amorim, e de 10 pessoas no Espaço Cultural Alagados.

PARCERIA INSTITUCIONAL
A exposição é uma realização conjunta da Diretoria de Cidadania Cultural (DCC) e da Diretoria de Espaços Culturais (DEC), ambas ligadas à Superintendência de Desenvolvimento Territorial da Cultura (Sudecult). A primeira é responsável pela gestão da rede de Pontos de Cultura da Bahia, que reúne 675 associações e grupos culturais, e a segunda gere os 17 Espaços Culturais da Secult em toda a Bahia, localizados em 12 territórios de identidade da Bahia. “A Exposição de Mascaras vem para afirmar a importância do trabalho inter diretorias para fortalecer o Desenvolvimento Territorial da Cultura Baiana, difundindo as ações dos Pontos de Cultura e fortalecendo a dinamização dos Espaços Culturais”, destacou Olívia Roberta, coordenadora de Ações Transversais da DCC.
A exposição tem ainda o apoio da Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer de Saubara, que dará suporte logístico para o transporte das peças expostas e dos artistas.


SERVIÇO : Exposição “Máscaras de Papietagem” - Artistas do Ponto de Cultura Coletivo Sambadores e Sambadeiras de Saubara

QUANDO : 09 a 17 de setembro 2021 - segunda a sábado – 9h às 17h
ONDE : Centro de Cultura Amélio Amorim - Feira de Santana BA
QUANTO : Entrada gratuita

QUANDO : 21 a 30 de setembro 2021 - segunda a sábado – 9h às 17h
ONDE : Espaço Cultural Alagados - Salvador BA
QUANTO : Entrada gratuita


Fonte : SECULT BA (01/09/2021 15:50) - novembro 2021

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