A chegada da rainha à sacada do Ilê Axé Jitolu é cheio de significados, por carregar em suas vestimentas e adereços símbolos referentes ao tema do ano e também à trajetória do bloco. “Essa arte das amarrações no corpo e na cabeça eu passo sempre para outras jovens mulheres para elas darem continuidade a essas criações e essas transformações que eu criei, juntamente com o Ilê e com os ensinamentos de Mãe Hilda. E assim será algo que ficará para sempre”, explica Dete Lima.
DESFILE NA LIBERDADE
Após o ritual realizado, com os pedidos enviados e os caminhos abertos pelo Sagrado, a multidão subiu a ladeira do Curuzu em direção à rua principal da Liberdade, para mais uma vez realizar um desfile de muita beleza, história e resistência. Este ano, com muitos motivos para ser ainda mais especial. “O desfile deste ano é muito forte. Além da homenagem ao centenário de Agostinho Neto no mesmo ano do centenário de Mãe Hilda tem os 30 anos da banda Erê, criada por ela. Após dois anos sem o rufar dos tambores, são muitas emoções”, destaca Vovô.
O desfile pela Avenida Lima e Silva, Circuito Mãe Hilda na Liberdade, passando pelas residências e pelo comércio da comunidade onde o Ilê Aiyê foi criado, há quase 50 anos, completa o ritual sagrado e torna a entidade pronta e fortalecida para desfilar na Avenida do Carnaval.
O bloco Ilê Aiyê desfila no Circuito Osmar (Campo Grande) na madrugada de sábado para domingo e na noite de segunda-feira, nesses dias pelo Programa Carnaval Ouro Negro 2023. Na terça, os tambores da banda Aiyê retornam a animar os foliões com a Pipoca do Ilê, de forma independente.
HOMENAGEADO É DE ANGOLA
Este ano, o homenageado do bloco é escritor e político angolano Agostinho Neto, presidente do Movimento Popular de Libertação de Angola, que faleceu 1979. Em 2023, o Ilê volta a falar de Angola, já que em 1984 o país africano, de língua portuguesa, foi o destaque no desfile do bloco. “Nos dez anos de Ilê Aiyê, falamos de Angola em geral e investimos muito na figura da rainha Nginga. Agora, homenageamos Agostinho Neto, pela luta dele, por ser um revolucionário, e sua história se parece muito com a nossa luta”, explica Vovô.
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QUANDO : 18 de fevereiro 2023 - SAB
O QUÊ : Bloco ILÊ AIYÊ
ONDE : Circuito OSMAR (Campo Grande / Praça Castro Alves) - Salvador BA
RITMO : Ijexá e samba baiano
QUEM : Band´Aiyê
DEUSA DO ÉBANO
Além de religioso, o ritual também serve para a apresentação oficial da Deusa do Ébano, escolhida para reinar no Carnaval e ao longo do ano nas atividades do bloco. Em 2023, o Ilê Aiyê será representado pela dançarina e coreógrafa Dalila Santos de Oliveira, de 20 anos. “Uma realização muito grande, uma vitória, depois de dois anos, a gente voltar com toda força para fazer o melhor dos melhores carnavais”, afirma emocionada a rainha do Ilê Aiyê, Dalila Santos.
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Fonte : SECULT BA - fevereiro 2023
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