GANGA ZUMBA (O PODER DA BUGIGANGA) Gilberto Gil (música) &Waly Salomão (letra) (para o filme Quilombo, de Carlos Diegues) 1983 Toca atabaque, reboa zabumba Repica, repica, repica agogô Tumba Lelê, beber aluá Se lambuzar na tigela daquele amalá Toda Palmares recorda da primeira vez Ganga Zumba dançou alujá Toda cantiga trovoa, seu eco ecoa Na voz da Serra da Barriga Vem, Acotirene, dona do segredo Ialorixá que chama Ganga Zumba Lhe oferece o trono da fartura Toda a formosura e o poder da bugiganga Fontes e mais fontes Potes e mais potes O céu na terra é Aruanda É assim Palmares Palmas pelos ares Cante e dance e abra a roda Acaiúba, Namba, Canindé Ana de Ferro, mulher-dama linda da Holanda Ganga Zumba reina, nunca teve medo Seu segredo está no raio da justiça Nunca é permitido mentir Sempre abençoado o amor Desejo doido, beber otim Festejo d'Oxum, d'Obá, d'Oiá Todo vaso quebra Toda bugiganga se espedaça Toda graça lhe abandona Ganga Zumba desce da montanha Com veneno na entranha Acaba a sua zanga Ganga Zumba morre E a lenda corre Pelo reino de Aruanda Nunca é permitido esquecer Sempre dá no jogo de Ifá Qual o rei que vai suceder Salve o reino d'Aruanda