OBJETO SEMI-IDENTIFICADO TEXTO : Gil e Rogério Duarte MUSICA: Rogério Duprat Diga lá Digo eu Diga você E línguas como que de fogo tornaram-se invisíveis E línguas como que de fogo tornaram-se invisíveis E se distribuíram e sobre cada um deles assentou-se uma E todos eles ficaram cheios de espírito santo e principiaram a falar em línguas diferentes Eu gosto mesmo é de comer com coentro Uma moqueca, uma salada cultura, feijoada lucidez, loucura Eu gosto mesmo é de ficar por dentro como eu estive na barriga de Claudina uma velha baiana cem por cento Tudo é número O amor é o conhecimento do número e nada é infinito Ou seja: será que ele cabe aqui no espaço beijo da fome? Não Ele é o que existe mais o que falta O invasor me contou todos os lances de todos os lugares onde andou Com um sorriso nos lábios ele disse: "A eternidade é a mulher do homem. Portanto, a eternidade é seu amor" Compre, olhe, vire, mexa Talvez no embrulho você ache o que precisa Pare, ouça, ande, veja Não custa nada Só lhe custa a vida. Entre a palavra e o ato desce a sombra O objeto identificado o encoberto, o disco-voador a semente astral A cultura, a civilização só me interessam enquanto,sirvam de alimento enquanto sarro prato suculento dica, pala, informação. A loucura, os óculos a pasta de dentes a diferença entre o 3 e o 7. Eu crio A morte, o casamento do feitiço com o feiticeiro A morte é a única liberdade a única herança deixada pelo Deus desconhecido o encoberto, o objeto semi-identificado o desobjeto, o Deus-objeto O número 8 é o infinito o infinito em pé o infinito vivo como a minha consciência agora Cada diferença abolida pelo sangue que escorre das folhas da árvore da morte Eu sou quem descria o mundo a cada nova descoberta Ou apenas este espetáculo é mais um capítulo da novela "Deus e o Diabo etc. etc. etc." O número 8 dividido é o infinito pela metade O meu objetivo agora é o meu infinito Ou seja: a metade do infinito da qual metade sou eu e outra metade é o além de mim E fim de papo. Tá legal