DIÁSPORA AFRICANA - JAMAICA - AFRODESCENTES
Ele não é só o mais antigo bloco afro do Brasil, é também o mais belo dos belos, responsável por um dos desfiles mais esperados e aplaudidos do Carnaval de Salvador. Em 2015, o Ilê Aiyê faz sua 41ª participação nesta que é a maior festa popular do planeta, desta vez inspirado no tema “Diáspora Africana – Jamaica – Afrodescendentes”.
Mais uma vez, a entidade confirma sua tradição como divulgadora da cultura afro brasileira, tomando as ruas em forma de um espetáculo rítmico-musical e plástico, marcado pelo som de atabaques e tambores e pela alegria dos seus 3 mil associados. A passagem do Ilê inspira canções, poesias e traz, anualmente, milhares de baianos e turistas para a Liberdade/Curuzu, bairro mais negro da capital baiana, para assistir a saída desse bloco carnavalesco que se consolidou como símbolo da cultura africana no Carnaval da Bahia. As vozes retumbantes e os batuques rítmicos do Ilê afirmam a mãe África no coração de Salvador.
O repertório, interpretado com maestria pelas vozes da Band’Aiyê, são um convite para seguir o Ilê em todo o percurso da festa. A primeira música do grupo, “Que Bloco é esse”, de Paulinho Camafeu, de 1974, é uma das mais esperadas. Outros grandes sucessos são “Deusa do Ébano”, “Depois que o Ilê Passar”, “Charme da Liberdade”, “Décima Quinta Sinfonia”, “Exclusão” e “Viva o Rei”. Assim, o Ilê também deixa sua marca pela vivacidade de sua expressão musical. Pode-se dizer que, naquele ano de 1974, quando o Ilê saiu pela primeira vez nas ruas, o bloco foi responsável pela revolução do Carnaval baiano. A partir desse movimento, a musicalidade da festa ganhou novos ritmos oriundos da tradição africana. Hoje, o Ilê Aiyê é patrimônio da cultura baiana, um marco no processo de reafricanização do Carnaval da Bahia. A batida do Ilê resgatou o elo que une a Bahia à África e despertou a Salvador Negra.
O tema do Carnaval 2015, “Diáspora Africana – Jamaica – Afrodescendentes”, tem como inspiração a Década Internacional de Afrodescendentes pela ONU, que terá início em 1o de janeiro de 2015. Intitulada “Pessoas Afrodescendentes: reconhecimento, justiça e desenvolvimento”, a década será celebrada de 2015 a 2024, com o objetivo de reforçar o combate ao preconceito, à intolerância, à xenofobia e ao racismo.
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