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Selos de Carnaval - Frevo e Carimbó
Correios do Brasil - Edital: no 2 Data de emissão: 08/02/2007
Arte: Jô Oliveira
Processo de Impressão: ofsete
Folha: 24 selos - Tiragem: 2.400.000
Locais de lançamento: Belém/PA e Recife/PE
Impressão: Casa da Moeda do Brasil
Diante da grandeza e do valor referencial para a cultura brasileira, os Correios registram e reconhecem em selo postal e reconhecem o valor histórico e artístico-cultural das danças Carimbó e Frevo e dos seus trajes típicos festivos, promovendo um processo ativo de valorização e divulgação em êmbito nacional e internacional.
Os selos focalizam, em primeiro plano, os casais em movimento de dança, vestidos com trajes típicos das modalidades enfocadas. Ao lado dos dançarinos vê-se, em cada selo, a representação rítmica, demonstrando a integração existente entre os dançarinos e os tocadores. Ao fundo, numa referência aos Estados em que ocorrem as danças, vêem-se a Bandeira do Estado do Pará e o Mercado Municipal Ver-o-Peso, no selo Carimbó, e no selo do Frevo, a Bandeira do Estado de Pernambuco, uma palmeira e o Teatro Santa Isabel. O nanquim, a aquarela e o lápis de cor foram os recursos utilizados pelo ilustrador Jô Oliveira nas composições dos selos.
Fonte : Correios do Brasil
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- FREVO
O Frevo, de grande valor para a cultura pernambucana e brasileira, congrega a expressão e reação do povo, fazendo emergir a grande massa delirante do carnaval de rua, com suas cores vibrantes e ritmo contagiante.
Como patrimônio imaterial, apresenta-se na forma de manifestação cultural musical, coreográfica e poética, de caráter individual e coletivo. Sua dimensão pode ser percebida nos valores vivos, marcos de vivências e experiências, presentes nas edificações, nos fazeres, nos hábitos, nos saberes e nos costumes, considerada e valorizada por toda a população.
Frevo música, Frevo dança... Artes irmãs, uma sugerindo a outra. É fácil dizer que a música veio da inspiração de compositores de música ligeira, mas a dança, o modo de fazer, o povo explica.
Denominada passo, essa dança de jogo de braços e pernas, inventiva popular, nos é apresentada como legado da capoeira. No entanto, diferentemente da capoeira, no passo os dançarinos praticamente não se tocam e quase não há movimentos com as mãos no chão. Sendo uma dança imprevista, que possibilita a qualquer um criar e inovar; o passista nunca está satisfeito com o que desenvolve, sempre quer fazer algo mais difícil.
Na indumentária, percebe-se o consolidar de um padrão de cores, tecidos e brilhos, assim como o uso da sombrinha pequena e colorida, maior símbolo do Frevo hoje. Grupos e passistas, quando não usam as bandeiras aplicadas, utilizam as cores (verde, amarelo, vermelho, azul e branco) e os elementos (a cruz, a estrela e o sol) da bandeira pernambucana. A roupa masculina é composta por uma camiseta e uma calça ou bermuda, e a roupa feminina, por uma saia e uma camiseta à altura da cintura.
Como na sua origem, o Frevo continua em evolução, mutante e repleto de influências capazes de promover a releitura e explicitar a dinêmica de um ritmo, símbolo de resistência cultural do povo brasileiro.
Carmem Lelis
Gerente de Preservação do Patrimônio Cultural Imaterial.
Secretaria de Cultura da Cidade do Recife.
- CARIMBÓ
é a mais extraordinária manifestação da criação artística do povo paraense. Foi criada pelos índios Tupinambás, mas aperfeiçoada pela influência africana, tornando a dança mais vibrante como uma espécie de variante do batuque.
Inicialmente, a denominação Carimbó foi dada aos tambores que são feitos de troncos de árvores escavadas e recobertos, em uma de suas extremidades, com pele de animal silvestre. Posteriormente, esta denominação estendeu-se à música, à dança e ao próprio grupo que a executa.
O Carimbó caracteriza-se como uma dança de pares soltos, é a manifestação do povo simples, sem enredo verbal, mas de ritmo contagiante. Toma outras denominações tais como: Curimbó, Corimbó e Curimã.
Todos os dançarinos apresentam-se descalços, com mulheres trajando saias coloridas, franzidas e bem rodadas. Blusas de cor lisa, pulseiras e colares feitos de sementes da região e tendo nos cabelos ramos de rosas ou jasmins de Santo Antônio. Os homens apresentam-se de calças escuras e camisas de florão com as pontas amarradas à altura do umbigo.
Prof. Edson Janary Padilha Castro Folclorista, Pesquisador e Diretor-Presidente do Grupo Parafolclórico Os Baioaras de Belém do Pará
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