FOFAO no CARNAVAL - Fantasia e Simbolo do Carnaval do Maranhao - Origem e História . O que é? Como é? Fofão Carnaval, Mascarados ...::: CarnAxE

O Fofão é um personagem carnavalesco tradicional do estado brasileiro do Maranhão caracterizado por máscara assustadora e alegre, com um imenso nariz e um macacão largos colorido com guizos e luvas. Como acessório carrega uma varinha para espantar os cachorros e uma boneca que entrega para as pessoas durante a folia momesca, para que lhe deem algum dinheiro, senão na brincadeira, fica sendo perseguido.

O fofão é um bufão espalhafatoso e colorido com características alegres e assustadoras, sendo considerado como o SÍMBOLO CARNAVALESCO pela Secretaria de Estado do Turismo, do Maranhão. O folião que veste a fantasia de fofão geralmente anda em grupos ou blocos e têm um grito característico: "ULÁ LÁ"!.

origem e história

Há contraversas e sem registro histórico sobre a origem da fantasia Fofão e sua evolução no Carnaval do estado maranhense e no Brasil, mesmo sabendo que que os brincantes passaram a ocultar as suas identidades utilizando máscaras.

Localizamos os primeiros registros em 1927 no Diário Matutino e Independente da cidade de São Luís, no Maranhão - O Imparcial de 01 de fevereiro onde foi registrado "O primeiro Baile de Jazz será dia 12 alí na Rua Affonso Pena, 9. E ir logo preparando o FOFÃO de ganga e a máscara com cara de turco, ou então a mesma de todos os dias." (2).

Em 1930 o Jornal O Imparcial (MA) de 22 de fevereiro apresenta um conto: "Queria comprar um Fofão [...] um folião integral andava lizo, a cata de uns nikeis para adquirir um fofão, com o qual faria a farra pelo carnaval. Os olhos deram então, com algumas latas de óleo Mobioil e elles coitados não resistiu. Bateu-as. Iria comprar o fofão..." (3).

Em 02 de janeiro 1931, o Imparcial (MA) anunciava o "[...] primeiro Baile do Cassino do Norte será no dia 10 corrente, alí na Rua José Bonifácio, 677, no seu antigo Castello. E ir logo preparando o fofão de turco ou então a mesma de todos os dias."(4)

Em 1952 o Fofão foi citado no Pacotilha: O Globo (MA) de 14 de março - "O carater está mascarado e seu o fofão de muitas cores!" (5).

Na reportagem do Carnaval do Maranhão de 1954, o Pacotilha: O Globo (MA) de 01 de março descrevia "Somente após das 18:30 horas verificaram-se algumas manifestações de entusiasmo com o desfile de blocos e escolas de samba, bem como de isolados foliões em -travesti- e fantasiados de FOFÃO. Das fantasias no carnaval de rua, que está praticamente morto, predominaram os FOFÕES, talvez por ser mais barata. " (6).

Em 21 de fevereiro de 1965 o tão renomado O Jornal do Maranhão Semanário de Orientação Católica comentava a FESTA DO FOFÃO, realizada no Casino Maranhense de São Luís.

Nesta época os fofões conquistaram os mais afortunados em bailes e festas fechadas.

Até o início da década de 1990, era comum durante o Carnaval, ver ruas do centro e dos bairros mais populares de São Luís, inúmeros grupos e blocos de fofões. Com o passar dos anos a tradição do desfile dos fofões foi se perdendo.

Em 2017, a Universidade Federal do Maranhão (Ufma), por meio do Departamento de Assuntos Culturais (DAC/Proexce), retomou a prática de se vestir com o personagem na folia, promovendo desde então, anualmente, a "Oficina de Confecção de Máscaras de Fofão", onde são ofertadas vagas em aulas gratuitas para crianças, jovens e adultos. As máscaras confeccionadas são distribuídas ou vendidas.

Em 2019 foi realizado o primeiro CORTEJO de foliões FOFÕES pelas ruas do Centro Histórico de São Luís, organizado pela a Universidade Federal do Maranhão, incentivando o CORTEJO FAMILIAR ou entre AMIGOS.

Uma iniciativa que visou preservar a tradição e incentivar as novas gerações a usarem a fantasia e máscaras de fofões.

Exposições celebrando o personagem e as máscaras Fofão começam ser mais frequentes em São Luís do Maranhão geralmente entre janeiro a março. O objetivo é chamar a atenção para uma das figuras mais populares e tradicionais do carnaval maranhense, com suas máscaras confeccionadas em papel e sua técnica, para que a nova geração mantenha o legado carnavalesco dos mais antigos.

Em 2010 a exposição FOFÃO A CARA DO MARANHÃO no Centro de Cultura Popular Domingos Vieira Filho, pela Secretaria de Estado da Cultura.

Em 2018, a exposição O FOFÃO, O ARTESÃO E A FOLIA NO MARANHÃO no Museu Casa de Nhozinho, pela Ufma. No mesmo ano a exposição MÁSCARAS DE FOFÃO na sala Maia Ramos, no Palacete Gentil Braga.

Em 2019, a exposição MÁSCARAS DO FOFÃO pela Ufma, no Museu Casa de Nhozinho

Em 2020 a exposição MÁSCARAS DE CARNAVALESCAS pela Ufma no Museu Casa de Nhozinho.

Em 2021 a exposição U LA LÁ FOFÃO foi instalada no Museu da Imagem e do Som.

Em 2024, a exposição FOFÃO MARANHENSE: MÁSCARAS ARTESANAIS DO CARNAVAL no Museu Casa de Nhozinho, pela Ufma.

Paralelamente ações e divulgações da Prefeitura Municipal de São Luiz mantém viva a tradição na cidade.

Os MACACÕES são largos feitos de corte reto, com tecidos floridos ou estampados de chita ou cetim. Babados com guizos presos nas extremidades da gola, nas mangas e nas pernas. As LUVAS são básicas compradas avulsas - atualmente não estão usando mais. Acompanhadas pelos adereços: Boneca e Varinha. A BONECA geralmente colorida de plástico ou confeccionada. Já a VARINHA sendo de madeira ou bambu pintados.

A MÁSCARA pode ser feita de papelão, jornal, pano ou papel machê. Iniciando a técnica sobre um molde em argila de um rosto com um imenso nariz. Reveste o molde com cola, o material escolhido amassado e rasgado, colando em camadas. Deixe secar. Retire a máscara do molde e recorte as bordas para ficar uniforme. Pintar uma ou duas vezes de tinta de branca. Depois de seco, solte a imaginação para pintar de forma colorida da forma que preferir com em acrílica brilhante. Acabamento com elástico e "cabeleira" de tecido em juta.

Nenhum macacão ou máscara é igual a outra dentro de um bloco ou grupo. Cada fantasia têm a personalidade do folião que a veste. Essa é a pluradidade dentro da brincadeira na folia momesca.

No Carnaval de São Luís do Maranhão de 1979, o fofão aparece no samba-de-enredo da TURMA DO QUINTO: "Aquela flor que eu joguei pela janela do tempo,/ Resolveu desabrochar o fruto do pensamento:/ E de janela em janela, revirando carambela, lã vem o fofão:/ Ô Lá Lá, pedindo esmola com uma boneca na mão!/ Por isso eu levo o baralho no bolso, o cordão no pescoço, pois agora eu sei/ que Os Fuzileiros da Fuzarca só deixaram marcas por onde eu passei!:/ E quando a polícia chega, eu fujo, entro num bloco de sujo,/ E finjo que nada sei: Vendo tanto rei vestido de mendigo e tanto mendigo vestido de rei!" (1).

EM 1981, a FLOR DO SAMBA desfilou com o samba-enredo Sua Majestade, o Carnaval de autoria de Augusto Tampinha e Beto Pereira: "É Carnaval! / Ponha e luz e cor neste cenário / Quero em delírio me abraçar com a multidão! / Vou me fantasiar de folia / Cantar os sofrimentos no refrão! / Vamos pelas ruas da cidade/ Vender comprar felicidade / Bater numa lata até cansar / Todos mascarados de satisfação / Enchendo a cara de ilusão / É fevereiro é um novo dia / Vou me exilar no País da Alegria / Olá Lá Fofão / Vem cá e espanta a tristeza da gente! / Olhe aquele fulano de tal / Enfeitando o carnaval dentro de um saco colorido! / Que chova serpentinas e confetes/ Pegue um surdo e vai esquentar qualquer bateria / E antes de chegar a quarta-feira / Vamos tomar um pileque de orgia / Na roda do samba baiana /Faz a poeira subir / Tu que és da Flor do Samba / Não deixa a peteca cair" (1).

Fofão

Resgate da trajetória carnavalesca