Segundo o antropólogo e poeta Antonio Risério: "O carnaval vem experimentado um processo de “reafricanização”. Processo que se tornou visível demais, que se impôs a todos, em 1980, quando novos afoxés e os chamados blocos afrobrasileiros (gênero estético-carnavalesco inaugurado por um bloco de jovens negros do Curuzu, Liberdade: o Ilê Aiyê) ocuparam definitivamente o espaço carnavalizado de Salvador, fazendo lembrar uma antiga afirmação de Nina Rodrigues, de que “a festa brasileira é ocasião de verdadeiras práticas africanas”.
No carnaval de 81, a presença das entidades carnavalescas afrobrasileiras foi ainda maior.
Quem circulassem pelas ruas, becos e praças do circuito carnavalesco, ia atravessando uma série de afoxés e blocos afro, pessoas exibindo trancinhas variadas e caprichosas, vestindo panos e batas, torsos e turbantes, colares e búzios, ao som dos atabaques e de cantigas baianagôs. Eram verdadeiras tribos afrobaianas, ostentando nomes sonoros e coloridos, geralmente iorubanos: Ilê Aiyê, Araketu, Olorum Babá Mi, Malê, Debalê, Oba Dudu Agoiyê, Olodum, Rumpylé, Tenda de Olorum, etc."
Fonte : CarnAxE in Antonio Risério - bibliografia
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