O documentário Salvador, capital da negritude, lançado em fevereiro deste ano pela Secretaria Municipal de Comunicação Social (SMCS), vem atraindo a atenção de pesquisadores, artistas e da comunidade religiosa do Brasil e Estados Unidos.
O vídeo, com duração de 15 minutos, apresenta as intervenções realizadas pela Prefeitura nos terreiros de candomblé da cidade, nas duas gestões do prefeito Antonio Imbassahy. Mais que registrar as ações afirmativas, o documentário representa a legitimação do poder público à religião e seus integrantes. Ao incluir imagens de arquivo e depoimentos que recuperam a história do candomblé na Bahia, incentiva também a preservação das raízes culturais brasileiras.
Com material de arquivo, novas imagens e depoimentos de intelectuais e lideranças comunitárias e religiosas, o documento detalha os trabalhos realizados em terreiros como o do Gantois, Casa Branca, Ilê Axé Opô Afonjá, Pilão de Prata e Bogum. Dirigido por José Ribeiro Bomfim, o vídeo integra o projeto da Secretaria Municipal de Comunicação Social de preservação da memória da cidade do Salvador, que inclui também o vídeo Reparação, referente ao projeto da Escola Municipal Eugênia Anna, no Terreiro Ilê Axé Opô Afonjá e um vasto material sobre os 500 anos da Baía de Todos os Santos, os 450 anos de Salvador e o Carnaval. O documentário foi produzido em português, inglês e espanhol.
Uma das primeiras manifestações de reconhecimento da importância do material veio da Universidade de Nova York. “O trabalho chama atenção pelo enfoque escolhido para o tema e por sua qualidade, recebendo elogios da comunidade acadêmica”, ressaltou o professor Bernd Reiter. O professor e bailarino norte-americano Clyde Morgan também registrou sua satisfação com o material: “A obra é bastante significativa ao registrar a valorização e a revitalização dos espaços religiosos de matriz africana em Salvador”.
Para as lideranças religiosas, o documento representa também o resgate da cidadania, a preservação da cultura e da história da população afrodescendente. “Nossa comunidade religiosa parabeniza a Prefeitura de Salvador pela beleza e sensibilidade do trabalho”, disse a ialorixá Lídia Lira, do Ilê Axé Idá Wurá, do Distrito Federal. O mesmo acolhimento foi dado pelo Centro Educacional da Associação dos Trabalhadores Educacionais de Brasília que trabalha com a formação de professores e alunos a partir de referências afrodescendentes. Os cumprimentos vieram também da artista plástica Gabriela Gusmão e do diretor de fotografia André Sampaio, da produtora carioca Inventarte Produções Artísticas.
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