Graças a uma investida da Globo Vídeo internacional, o DVD ao vivo, o primeiro da carreira da cantora, já começou a ser divulgado em países como Estados Unidos, França e Argentina.
"Acabei de fazer shows em Angola e vi que estamos indo bem. A intenção é romper as fronteiras", comemorou a artista em entrevista via telefone, de São Paulo, onde dá seqüência à divulgação do trabalho, lançado pela Som Livre em todo o território nacional.
O DVD foi gravado no final de janeiro deste ano durante o sétimo Festival de Verão Salvador, produzido pela Icontent, empresa de entretenimento da Rede Bahia. Maior do gênero na alta estação brasileira, a megafesta ganhou cobertura nacional da Globo e contou com o entusiasmo do responsável pelo núcleo de eventos e shows especiais da emissora, Aloísio Legey, que estava lá e gostou do que viu. É ele quem assina a direção do DVD de Margareth, que a Globo resolveu produzir em parceria com a Bahia Cinema e Vídeo.
Mixado em 24 canais, o trabalho está alicerçado pela estrutura técnica do Festival de Verão. A gravação da festa se deu através de 12 câmeras, assegurando um registro de qualidade dos shows. Margareth garantiu o seu em DVD. Sob o calor das cerca de 50 mil pessoas que prestigiaram sua apresentação na arena principal do Parque de Exposições, a cantora coroou mais uma etapa em sua trajetória, cujos passos cresceram muito nos últimos dois anos.
Somente em janeiro deste ano, Margareth Menezes emplacou 20 shows pelo país e chegou em fevereiro marcando seu espaço como uma das atrações da linha de frente do Festival de Verão. "Foi a primeira vez que um artista abriu uma das noites do festival com um público daquela proporção", comemora a cantora, que convidou Alcione e a bateria da Mangueira para participar do show. O encontro está documentado no DVD, com a Marrom interpretando a romântica A Loba e relembrando o sucesso Ilha de Maré, enquanto a Mangueira fez a ponte carioca com a Bahia, encerrando o trabalho em clima de escola de samba.
Hit do último Carnaval, o afro-galope Toté de Maiangá abre o DVD, uma espécie de resumo musical dos ensaios de Os Mascarados (o bloco cartão-postal de Margareth Menezes), que este ano ganharam filiais em Costa do Sauípe e no Rio de Janeiro (com direito a casa cheia no Canecão). Não faltam canções como Alegria da Cidade, Me Abraça e Me Beija, Do Céu, Do mar, Do campo, Noite dos Mascarados, Eu Quero é Botar Meu Bloco na Rua e o hino Dandalunda. Quase todo o repertório está selado no CD Tête-à-tête Margareth ao vivo, que ficou entre os mais vendidos de Salvador no Verão passado.
Célula forte na salada afro-pop da artista, o samba-reggae está representado pela indefectível Faraó Divindade do Egito e por um pot-pourri saudando os blocos Ilê Aiyê, Olodum e Ara Ketu. Tem ainda as intimistas Preciso e Blowin in The Wind (releitura da conhecida versão de Diana Pequeno para a música de Bob Dylan), além do acento pop de Passe em Casa, que Margareth compôs com Marisa Monte, Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes. Esta última já havia assegurado uma participação da cantora no disco e no DVD dos Tribalistas, fenômeno de vendas no mercado brasileiro.
O registro do show em DVD vem acompanhado de extras, que incluem um álbum de retratos do arquivo pessoal de Margareth. Entusiasmada com o investimento, a cantora diz que sempre esbarrou em boas surpresas no seu percurso, desde o convite para acompanhar David Byrne numa turnê pelo exterior até o troféu de melhor cantora da América Latina, entregue a ela em 1995, numa promoção da revista Billboard. "Chegar a 15 anos de carreira no Brasil não é uma coisa fácil", orgulha-se a artista, que já fez 12 turnês internacionais, do Japão ao Timor Leste
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