Passado o Carnaval, a turma do cinema de Salvador andou resmungando que a cantora Daniela Mercury não foi abrangente na homenagem que fez à sétima arte durante a folia. Alguns cineastas baianos não foram nomeados e dizem que a artista teria dado muito espaço aos nomes nacionais e esquecido dos conterrâneos.
Após o show que apresentou no Canecão, na última quinta-feira, quando mostrou o espetáculo da turnê Balé Mulato, no Rio de Janeiro, Daniela bateu um papinho com a Sotaque Baiano e tratou de colocar um fim nessa zanga.
"É muito difícil, em poucos dias, contemplar claramente a todos, mas fui muito clara de que estava homenageando todo o cinema brasileiro", comentou La Mercury. "Me referi aos cineastas baianos em todas as coletivas e ainda fiz, no trio eletrônico, homenagem a Glauber Rocha e aos filmes do cangaço. Também falei sobre o circuito de Pernambuco-Bahia e da descentralização do cinema, o que acho importantíssimo para os novos cineastas", completou.
A baiana também contou que fez questão de pedir ajuda a toda a equipe de produção na hora de convidar produtores, diretores e cineastas para comparecerem ao camarote, onde também foram exibidas algumas produções. Ela reconheceu que pode ter escapado um ou outro nome, porque "às vezes, a memória falta", mas isso não significa dar pouca importância ao trabalho e à contribuição desses profissionais ao cinema.
Além de lembrar que, ao longo do percurso, citou várias vezes nomes de diretores baianos e do filme de Edgard Navarro, premiado no Festival de Brasília, ela acenou para a possibilidade de novas homenagens. "Vai haver o momento em que eles vão escrevendo, aos pouquinhos, o nome na história, a gente vai fazer uma outra homenagem especial para eles", prometeu.
SHOW A relação de Daniela Mercury com o cinema - ela afirma ser uma amante de filmes - estreitou-se tanto após o Carnaval, que o diretor Cacá Diegues foi um dos vips que prestigiaram o show Balé Mulato, quinta passada, no Canecão, no Rio. Logo depois da apresentação da amiga baiana, Cacá correu para o camarim para abraçá-la e parabenizá-la pelo espetáculo.
Não foi só o cineasta que fez questão de conferir o novo show da cantora, que mistura sucessos de outros discos com os novos hits do CD Balé Mulato, interpretação cênica e muitos elementos da cultura popular e da cultura afro-brasileira.
Na quinta, primeira noite da apresentação na Cidade Maravilhosa, a artista ainda recebeu, no camarim, a empresária Luiza Brunet, a atriz Lúcia Veríssimo, o guitarrista Mano Góes (Jammil e Uma Noites), as irmãs SNZ, o dançarino Carlinhos de Jesus e o cantor Orlando Moraes. O compositor, escritor e agitador cultural Nelson Motta também foi cumprimentar a diva, na sexta.
|