O atraso de duas horas parece não ter tirado a energia das 12 mil pessoas que aguardavam o início do Caju de Ouro. Foliões animados que foram chegando aos poucos na festa que acontecia num dia diferente, um domingo, e numa hora pouco convencional.
Os chamados "chicleteiros" foram os primeiros chegar, expressando nas roupas e no estilo a expectativa de ver a banda favorita. "Olha o que fizemos para homenagear o chiclete", falava uma foliã com uma bonequinha de pano na mão, com a frase "sou chicleteira".
Antes de Bell Marques, no entanto, quem subiu ao palco foi a banda Motumbá, grupo que foi a sensação do Carnaval baiano, e veio com o sucesso "Bororó". A mistura dos ritmos do compositor Alexandre Guedes dá o tom da banda, que resgata antigos sucessos da música baiana e tenta criar uma identidade própria com a percurssão. "Buscamos misturar tudo num liquidificador, isso é Motumbá", disse Alexandre.
Mistura de antigos e novos sucessos também foi a tônica do show do Chiclete, que subiu ao palco no início da noite. Abusando dos efeitos de luz e som e com uma estrutura poderosa, a banda cantou por cerca de duas horas.
Os "chicleteiros" fizeram de tudo: mostraram faixa com o nome da banda, ficavam na beira no palco gritando o nome do vocalista, cantavam todas as músicas, mesmo as do novo disco. Bell retribuía. "Feira sempre foi um dos nossos palcos principais, desde o início da carreira, quando tocávamos no bloco Os Nacionais", disse.
A noite ainda teve a participação do som da "macumba-pop brasileira", como os próprios músicos da Psirico costumam chamar o som que fazem. Márcio Vítor espalhou a energia do pagode pela festa e anunciou que na Micareta deve trazer música eletrônica pra avenida. "Vou trazer música dance", disse.
O Caju de Ouro ainda teve funk com o Dj Marlboro, um dos maiores nomes do estilo no país, que anunciou que deve estar aqui na Micareta. Sinal de que o Carnaval fora de época desse ano deve ser bastante eclético, com pagode, funk e a tribo fiels dos fãs apaixonados.

MICARETA FEIRA DE SANTANA
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