Memória do Desenvolvimento resgata a efervescência do Tropicalismo
Secretaria de Cultura da Bahia - Ano I - Nº 9

Movimento Cultural marcante nos anos 60, o Tropicalismo foi responsável pela transformação de conceitos culturais e artísticos em todo o Brasil. Trazendo a irreverência e a improvisação como principais características, os tropicalistas revolucionaram a música brasileira, influenciando milhares de mentes e renovando os conceitos padronizados que ditavam o gosto popular. O Tropicalismo contou com a liderança de artistas baianos como Gilberto Gil e Caetano Veloso, que baseavam suas apresentações e letras musicais na contracultura, usando valores diferentes dos aceitos pela cultura dominante, considerados subdesenvolvidos, pobres e ultrapassados. A abrangência desta revolução conceitual contaminou várias gerações e ainda ecoa até mesmo fora do país. Resgatando a colaboração desta revolução cultural para o desenvolvimento da Bahia, a Fundação Pedro Calmon traz para o Projeto Memória do Desenvolvimento da Bahia (1945 – 1964), nesta quarta-feira, dia 2 de maio, às 15h, o poeta, cantor e compositor José Carlos Capinam, que hoje preside a Sociedade Amigos da Cultura Afro-Brasileira (Amafro). Dedicado à poesia desde sua adolescência, Capinam é considerado um dos grandes letristas de sua geração, tendo participado intensamente do movimento tropicalista. Nascido na cidade baiana de Esplanada, o poeta mudou-se para Salvador aos 19 anos, onde iniciou o curso de Direito, na Universidade Federal da Bahia. Militante da União Nacional dos Estudantes (UNE), Capinam cursou também as faculdades de Filosofia e de Administração de Empresas, época em que conheceu e se aproximou de Caetano Veloso e de Gilberto Gil, líderes do iniciante Movimento Tropicalista. Com o golpe militar, em 1964, o artista deixa Salvador para morar em São Paulo, onde dá início à sua caminhada enquanto poeta com seu livro de estréia, “Inquisitórial”. Alguns anos depois, volta a Salvador para fazer Medicina, profissão que chega a exercer. Com mais de 500 poemas musicados abordando em seus versos a história recente do Brasil, Capinam é considerado um ícone das mudanças conceituais e ideológicas na Bahia à época da ditadura militar.

Memória
O Projeto Memória do Desenvolvimento da Bahia (1945-1964) tem como objetivo resgatar a memória do período de maior desenvolvimento social, cultural, econômico e político da Bahia, com a presença de personalidades que protagonizaram essas transformações. O Ciclo teve início no dia 9 de abril com a palestra do presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, que falou sobre a participação da estatal no desenvolvimento da Bahia, seguido do Professor Emérito de Administração da Ufba, João Eurico Matta, dia 12 de abril, que abordou as reformas administrativas, principalmente durante o Governo Lomanto Júnior, durante o qual atuou como secretário (1965/1967).
Entre maio e junho, o Ciclo de Conferências receberá personalidades como: a presidente da Academia de Medicina de Feira de Santana, Eliana Azevedo (4/5); o fundador do sindicato dos trabalhadores da Petrobras, Sr. Wilton Valença (8/5); a dramaturga Aninha Franco (10/5); o reitor da Ufba, Naomar Almeida (14/5); o secretário de audiovisual do Ministério da Cultura Orlando Sena (21/5); a secretária de Justiça da Bahia, Marília Murici (25/5); o escritor Fernando da Rocha Peres (30/5); a professora de Arquitetura Ana Fernandes (6/6) e o ministro da Defesa e ex-governador da Bahia, Waldir Pires que encerrará o Projeto no dia 11de junho.
Todas as Conferências são gratuitas e ocorrerão no Palácio Rio Branco (Praça Municipal)


Fonte : Jamile Menezes - 30/04/2007

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