O incentivo ao livro e à leitura, a instalação de bibliotecas nos municípios e a preservação das bibliotecas particulares foram alguns dos temas debatidos pelos acadêmicos baianos em reunião, no último dia 19 de abril, na Academia de Letras da Bahia, com a presença do Secretário de Cultura da Bahia, Marcio Meirelles.
Convidado pelo presidente da Academia de Letras, professor Cláudio Veiga, o secretário Marcio Meirelles apresentou as diretrizes da Secretaria de Cultura do Estado e convidou os acadêmicos a colaborar com a nova gestão, especialmente para superar o desafio de tornar a Bahia um Estado “cuja população tenha amor às letras”. Em sua opinião, este “não pode ser um amor platônico, à distância. Requer proximidade, intimidade e, acima de tudo, oportunidade”.
Quarta maior população do país e sexto Estado em participação no PIB nacional, a Bahia ainda tem 21% de sua população analfabeta. Ocupa apenas a 20ª colocação entre os Estados brasileiros. De acordo com Marcio Meirelles, infelizmente a terceira maior Bienal do Livro do país nada significa para um quinto dos baianos. Ele reafirmou que um dos desafios do Governo da Bahia é incentivar a leitura.
“Criaremos Pontos de Leitura, nos quais grupos de pessoas em todo o Estado receberão apoio para dedicar-se ao exercício da leitura. Buscaremos combinar a valorização das antigas práticas de contar histórias com as mais contemporâneas formas de produção literária. Ampliaremos o acesso da população aos livros, sejam eles de base física ou digital. Envidaremos esforços para tornar as bibliotecas referências nas comunidades”, disse.
Segundo o secretário, essa não é uma iniciativa isolada da Secretaria de Cultura, mas um esforço conjunto com a Secretaria de Educação e outras secretarias do Estado, em parceria com as diversas organizações da sociedade. Além disso, Marcio Meirelles falou também sobre o desafio de descentralizar as ações culturais do Governo para o interior e de democratizar o acesso aos bens e meios de produção cultural.
Pontos de Leitura
Um dos pontos de leitura, sem dúvida, serão as bibliotecas. O acadêmico Ubiratan Castro, diretor da Fundação Pedro Calmon (instituição vinculada à Secretaria de Cultura do Estado), afirmou que a meta é “ter uma biblioteca em cada município, funcionando com um centro cultural dinâmico, interligada em rede, com um grupo gestor em torno da biblioteca”.
O acadêmico Waldir Freitas de Oliveira falou sobre o enorme acervo disponível das bibliotecas particulares. “Posso afirmar que temos mais de 100 mil livros em bibliotecas de particulares ameaçados de desaparecerem”, disse, citando o acervo de intelectuais como Cid Teixeira e Vivaldo da Costa Lima. Na oportunidade, ele disponibilizou parte do seu acervo de 15 mil exemplares para doação e sugeriu a instalação de uma biblioteca no Litoral Norte, onde atualmente tem um grande número de faculdades.
Entre as autoridades e literatos presentes, também fizeram pronunciamentos, os acadêmicos Consuelo Novaes Sampaio, Paulo Ormindo de Azevedo, Myriam Fraga e Cleise Mendes.
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