Ainda envolvida na divulgação de seu trabalho mais recente, o CD e DVD Margareth Brasileira - Uma Homenagem ao Samba-Reggae, em que faz um passeio pelo estilo e apresenta nova roupagem para os antigos sucessos Elegibô (Ytthamar Tropicália/ Rey Zulu) e Faraó (Luciano Gomes), Margareth já prepara caminho para mais um trabalho. "Estou começando a ouvir música", conta a cantora, que laça um novo produto nas prateleiras a cada dois anos, em média. "Nosso trabalho é esse: é um processo em continuidade", completa.
"Quero fazer mais parcerias", revela. "Arnaldo Antunes está escrevendo a letra de uma composição nossa e a Zélia Duncan está com uma música que compomos, ainda inédita", enumera. Recentemente, a cantora foi convidada para integrar o time de convidados do álbum Martinho da Vila do Brasil e do Mundo, lançado há um mês. No CD, ela acompanha o sambista carioca na canção Te Encontro no Ilê (Reizinho/ Sílvio Almeida/ Toinho do Vale/ Davizinha) com direito à participação da Band'Aiyê.
Séria, Margareth defende a criatividade musical da Bahia. "Reduzir a música baiana ao axé music é uma idiotice", decreta. "Axé é um rótulo de música carnavalesca com forte apelo comercial", prossegue, "mas não é a única coisa feita por aqui. Temos rock, MPB, afropop..." Este último, aliás, que define alguns ritmos com raízes africanas, seria a melhor etiqueta para definir o som de Margareth.
Com cerca de 20 turnês internacionais, Maga tem uma (invejada) carreira consolidada fora das fronteiras do Brasil. Na França e na Espanha, a recepção de sua música é excelente. A apresentação do som dessa baiana foi graças ao já mencionado David Byrne, ainda nos anos 80. "Ele ouviu um trabalho meu e gostou. Foi ele quem me projetou internacionalmente. Na época, o samba-reggae era uma novidade", conta.
No entanto, toda a badalação que recebe do público estrangeiro não seduz a intérprete. "Tenho meu público aqui. Mas tenho a obrigação de preservar minha imagem lá fora e de divulgar bem a música do Brasil", diz.
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