Museu do Recôncavo será espaço de uso múltiplo
Secretaria de Cultura da Bahia - Ano I - Nº 16

O Museu do Recôncavo Wanderley Pinho, uma das construções mais representativas do ciclo da cana-de-açúcar na Bahia, será transformado num espaço de uso múltiplo. O anúncio foi feito pelo secretário da Cultura, Marcio Meirelles, durante a solenidade de assinatura de convênio entre o Governo da Bahia, a Fundação de Apoio à Pesquisa e à Extensão (Fapex) e a Petrobras, para a realização de obras emergenciais no secular imóvel.
O aporte inicial anunciado de R$ 500 mil, da Petrobras, será utilizado para a recuperação estrutural do sobrado, capela, telhado e pisos, novas instalações elétricas, serviços de descupinização e drenagem da área. Outro projeto maior, de R$ 5,6 milhões, a ser captado também através da Lei Rouanet, prevê a recuperação total de todo o complexo. O projeto tem o aval do Ministério da Cultura e está em análise no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para liberação. Estiveram presentes à solenidade representantes da Petrobras, das secretarias estaduais da Cultura (Secult) e da Infra-Estrutura (Seinfra), da Superintendência de Desenvolvimento Industrial e Comercial da Bahia (Sudic), de prefeituras municipais e de associações comunitárias locais.
“Espaços como esses, de 1,6 milhão de metros quadrados, com sobrado de 55 cômodos, capela e fábrica de açúcar, não podem ser apenas um simples local de exposição”, explicou o secretário Meirelles. Para ele, o atual museu não dispõe de condições próprias para guarda de peças frágeis e acervo permanente. A intenção da secretaria é propor nova utilização para tornar o espaço de uso múltiplo e de resgate da memória, com visitação e atividades constantes voltadas para pesquisadores, estudantes, turistas e para a comunidade em geral.

Patrimônio
Localizado no distrito de Matoim, município de Candeias, o Museu do Recôncavo encontra-se em região com remanescentes de Mata Atlântica, integrando a Área de Proteção Ambiental (APA) da Baía de Todos os Santos e às margens da Baía de Aratu. “As primeiras construções remontam a uma sesmaria, doada em 1560 a Sebastião Álvares, e onde mais tarde surgiria o Engenho Freguesia, que possuía grandes edifícios”, informou o diretor-geral do Ipac, Frederico Mendonça. Em 1624, o engenho foi incendiado pelos holandeses e a feição que possui hoje é resultado das obras que aconteceram em 1760. Em 1900, o engenho deixou de moer cana-de-açúcar e foi desapropriado, em 1968, pelo governo estadual para a instalação do Museu do Recôncavo Wanderley Pinho.
De acordo com dados do Iphan, a casa-grande é um dos raros exemplares conhecidos no país de edifício residencial desenvolvido em torno de dois pátios, com capela contígua consagrada à Nossa Senhora da Conceição - com porte de igreja matriz - e planta de corredores laterais e tribunas. A casa possui quatro pisos, com quartos, salas e alcovas voltados para os pátios. A cozinha da casa. com coifas e chaminés é do tipo português típico alentejano. Sua fachada é marcada pela predominância de vazios, com esquadrias do século 18 e gradis de balcões do século 19. Atualmente, o museu encontra-se parcialmente aberto para visitação, em função da realização das obras de recuperação que se iniciam ainda no segundo semestre. A exposição permanente está desativada e as peças estão armazenadas em outros museus da Secult, até a reabertura do Wanderley.


Fonte : Geraldo Moniz - 18 Junho 2007

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