dio acontecido no Brasil, porém nem sempre presente nos livros de história, mas que se soma a muitos outros fatos que demonstram a coragem, a determinação e a capacidade dos negros, de insurgirem contra a exploração, opressão e a tirania da sociedade e seus governos.
Ao tempo que narra este levante, a Escola Olodum levou às ruas do centro histórico uma amostra do trabalho musical realizado durante o ano, trazendo às ladeiras do Pelourinho uma mensagem cultural e educativa desenvolvida a partir do legado afro-brasileiro.
A participação de crianças, jovens e adolescentes nesse projeto, busca não só difundir a cultura do carnaval como orientar a transmissão do saber, para as novas gerações na maior festa popular do Brasil.
A concentração do Bloco Mirim do Olodum aconteceu a partir das 14 horas, na Rua das Laranjeiras, 30. O desfile com 100 percussionistas e 80 bailarinos, pelas ruas do Pelourinho. O inicio do desfile depende da liberação da Coordenação do Carnaval e autoridades públicas envolvidas na organização do desfile.
Na festa de momo a Escola Olodum participa da Campanha de Enfrentamento à Violência Sexual Infanto-Juvenil, à Não Violência Policial aos Jovens Afros Descendentes e pela Promoção da Diversidade e Respeito Racial.
Além de divertir, a Escola Olodum tem a missão de conscientizar o exercício da cidadania plena e dos direitos iguais dos afro-descendentes.
JOÃO CANDIDO – REVOLTA DA CHIBATA
Chibata Filho de ex-escravos, João Candido, alistou-se na Marinha do Brasil (1894), aos 13 anos de idade, fazendo a sua primeira viagem interncional entre 1903 e 1906, para a Inglaterra. Nesta viagem tomou conhecimento do movimento realizado pelos marinheiros britânicos, reivindicando melhores condições de trabalho.
No Brasil os marinheiros, insatisfeitos com os baixos soldos, com a má alimentação e, principalmente, com os degradantes castigos corporais se rebelaram. Embora o uso da chibata como castigo na Marinha Brasileira já tivesse sido abolido, em um dos primeiros atos do regime republicano, os oficiais continuavam cruelmente ordenando o castigo.
Nessa época o contigente da marinha era composto de 80% de negros e mulatos e, como no tempo do cativeiro, eram cruelmente acoitados.
Em 1910, o marinheiro Marcelino Rodrigues de Menezes foi punido com 250 chibatadas, aplicadas na presença de toda a tripulação do Encouraçado Minas Gerais, tal fato foi o estopim para que o comando do Minas Gerais fosse assumido por João Cândido, iniciando dessa forma a conhecida Revolta da Chibata.
A rebelião terminou com o compromisso do governo de acabar com o emprego da chibata, bolos e outros castigos infligidos aos marinheiros e de conceder anistia aos revoltosos, a maioria, porém, fui expulsa sob a acusação de "incoveniente à disciplina".
Expulso da marinha, João Cândido sofreu grandes privações, foi perseguido e discriminado pela sociedade da época até o fim de sua vida. Em 1969, pobre e esquecido, aos 89 anos de idade faleceu de câncer, no Rio de Janeiro.
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