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Tema do desfile do Bloco Afro Olodum
comentários da folia
Carnaval 2009 - 30 anos de Samba Reggae

O Tema do carnaval do Olodum sempre é fundamentado na cultura africana, com base em motivos históricos ou culturais. Em 2009, quando o Olodum completa 30 anos, o homenageado é o Povo Dogons (Mali), conhecido por sua grande identificação com as estrelas, pois estes acreditam serem originários das Estrelas. Esse povo que vive nas escarpas de Bandiagara também será o tema da Ala de Dança do Olodum, que tem como uma das novidades, a subdivisão em outras três 03 alas. A riqueza da diáspora africana, suas crenças, costumes, origens e danças vão ser apresentadas aos foliões e soteropolitanos, através da plasticidade e sutileza do coreografo e diretor artístico Negrizu.
O figurino dos foliões Olodúnicos leva a assinatura do desing Jeferson Mello, que buscou inspiração nos hábitos e costumes dos Dogons. Já o figurino dos representantes oficiais do Povo Dogons, 300 percussionistas e dos 100 dançarinos foi pensada pelo figurinista Edy Savaty.
A dança do “Povo Dogons”, o povo da Grande Estrela Sirius e todos os elementos da natureza também comum aos orixás e que fazem parte da via Láctea, estarão presentes no carnaval do Olodum Na terça-feira de carnaval o Griot, símbolo da oralidade, conhecimento e ancestralidade africana também estará presente. As Alas serão divididas em três momentos:

ALA DE CANTO - OS FEITICEIROS
Esta ala busca a comunicação com o povo das estrelas, também carrega e distribui o axé dos encantamentos, sugerindo proteção e paz para todos. Ela traz os agradecimentos e pede licença para emanar as vibrações da galáxia cão maior na festa que os Dogons Olodúnicos realizam, emanando raios de alegria e paz da Grande Estrela que brilha 20 vezes mais que o sol.

GRIOT - A PALAVRA - MEMÓRIA VIVA DA ÁFRICA
A ala da Grande Estrela, Sirius encenada por 20 dançarinos com seus adereços, recria movimentos cósmicos. Cada engrenagem tem sete componentes que em círculos dramatizam o grande Big Bang Cósmico, surgimento da Grande Estrela de brilho intenso. Ela também conta com três dançarinos que sobre “pernas de pau” farão uma alusão a trilogia que acompanha o Bloco Afro Olodum.
A segunda ala representada pela Estrela Sirius A e B, também conhecida como satélite natural da Sirius Maior. Esta ala é coordenada pelo assistente de Coreografia Sleiky e também é composta por 30 dançarinos que representam o equilíbrio na constelação. É a dança tribal do Povo Dogons - Povo que vive nas montanhas, suas máscaras, seus festejos e manifestações culturais. É a representação da materialização do encanto-desejo, é o povo feliz sem convenções, a pureza da alma, a mistura da cor, o começo da vida humana.

As Estrelas humanas, terceira ala representada por 30 dançarinos tem como assistente de coreografia Tita Lopes. Muitas são as “humanas estrelas” que assim como as estrelas do céu, emanam calor, luz, alegria e sentimentos puros, inspirando-nos a continuar nosso caminho. Esta ala sugere movimentos que simbolizam terra fogo, água, ar e também sinaliza a força do Olodum; uma Grande Estrela que irradia luz brilho e beleza na vida de muitas pessoas.

As três alas unidas representam a constelação cósmica, uma explosão de alegria ao som dos tambores do Olodum. O canto, a dança, as estrelas humanas viajam como uma grande estrela aquecendo os corações na terra. Com seu estilo sonoro musical único, uma percussão seca, complexa, marcadamente repetida de modo cíclico e inconfundível.
A Banda percussiva do Olodum este ano vem com 300 percussionistas e a sua frente Mestre Memeu, que comanda esse exército do Samba Reggae desde 1996 e também a Maestrina Andréia, Gilmário. Todos ex integrantes da Banda Mirim Olodum (Escola Olodum- Banda Mirim Olodum, trabalho social realizado há 25 anos pelo Olodum) O bloco de carnaval foi criado em 1979, saindo pela primeira vez às ruas em 1980, na época distinguia-se do som dominante por sua forte percussão e letras de caráter social e racial.
A musicalidade do Olodum tem a força da sua matriz, suas origens ressoam da diáspora africana. As letras demonstram consistência histórica e fazem referencias raciais, musicais, religiosas, histórico-políticas (lideres socialistas, Egito, Cuba, Madagáscar) se misturam a uma sonoridade original que seduz o mundo. È nesse tom musical hierático que a voz dos cantores, Nadjne, Lucas di Fiory, Germano Meneguel, Rodrigo de Deus e Mateus se misturam a percussão e ganham um poder incomum cantando Ritos Dogons (Gilson S.M.) e Estrela da Vida (Adailton Poesia e Valter Farias) temas vencedoras do Femadum – Festival de Música e artes Olodum.
Este ano os 03 looks da cantora Nadjane remete aos temas de carnaval já realizado pelo Olodum (MAKEDA DE AXUM (RAINHA DE SABA-1989), RANAVALONA III - 1988 e NEFERTITI 2005). A estilista Eyde Dantas optou por tecidos leves e bordados. Os adereços de cabeça é uma criação de Cid Brito. Já o visual dos cantores e músicos da Banda Olodum esta sob a responsabilidade da estilista Tânia Regina. O Olodum é mais que carnaval. É uma criação artística musical e social de ponta, busca a comunicação com seu povo, que as estrelas o “guiem no caminho da igualdade, da justiça e da paixão pela vida”.


Fonte : CarnAxE in Olodum - Fevereiro 2009

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