Em cada canto um estilo musical diferente reverenciava a cultura trazida da África. Assim foi a noite de sábado (21) no Centro Histórico de Salvador. As ruas do Pelô estavam lotadas de gente bonita e animada para prestigiar a diversa programação apoiada pelo Pelourinho Cultural, ligado à Secretaria de Cultura do Estado da Bahia.
O Educadora FM Tô no Pelô – Se é Bom a Gente Toca, atraiu uma multidão ao Largo Tereza Batista para curtir a segunda edição do projeto, que comemorou os dois anos da Faixa Negra da Rádio Educadora, uma série de programas em homenagem à música de origem africana. Por volta das 19h, a noite no Largo teve início com a irreverência dos küdüristas da Academia de Küdüro Baiano Angola, que sacudiu o público do local. A apresentação foi transmitida ao vivo para o programa Rádio África, que integra a Faixa Negra junto com os programas Evolução Hip-Hop, No Balanço do Reggae e Tambores da Liberdade.
Após o Küdüro, dança angolana que virou estilo musical, subiu ao palco a banda baiana de reggae Kebra Nagast. O grupo apresentou, além de músicas autorais, canções de Alpha Blondy, Peter Tosh e do mestre Bob Marley e contou com os convidados especiais Dhiago Correia, diretamente da Comunidade Quilombola de Sião, e Geraldo Cristal.
Passando do reggae para a música afro-baiana, o Ilê Aiyê apimentou o Largo Tereza Batista trazendo o som já consagrado do bloco de carnaval. O cantor Cristiano se disse honrado em participar do projeto. “Para nós do Ilê é sempre uma honra participar de eventos que exaltem a cultura afro. Principalmente junto à Rádio Educadora, que sempre tem buscado levantar a autoestima do negro baiano, principalmente através de programas como os da Faixa Negra”, afirmou Cristiano.
Depois do Ilê, foi a vez dos jovens garotos da Nova Saga mostrarem um pouco do seu trabalho. Os meninos da comunidade do Pelourinho que têm entre 11 e 17 anos esquentaram a galera com suas músicas de protesto, preparando o público para a atração que viria a seguir.
Para finalizar a agitada noite de homenagens o rapper Renegado, vindo diretamente de Minas Gerais, entrou em cena para apresentar as músicas do seu segundo trabalho, o CD denominado Do Oiapoque a Nova York, mesmo nome da música com que abriu o show. Em sua terceira vinda a Salvador, Renegado afirmou estar feliz em tocar no Pelourinho. “Para mim é uma satisfação enorme fazer parte dessa comemoração, pois a Faixa Negra ajuda a difundir a cultura Hip-Hop aqui no Nordeste. Tocar no Pelourinho então, que é referência mundial de cultura negra, é melhor ainda”, disse o rapper.
Do outro lado da rua, no Largo Pedro Archanjo, a programação já vinha rolando desde as 15h. Com realização do Fórum Nacional da Juventude Negra, o evento Arte Negra em Defesa da Vida e da Liberdade levou ao largo atrações de sonoridades diversas como Lazzo Matumbi, DJ Bandido, o trio feminino de rap Neuróticas e o grupo de vocais Kantos D’África, que cantou diversos pout-pourri de músicas que fizeram sucesso através de blocos afro nos carnavais da Bahia.
A noite não parou por aí. Dando continuidade às apresentações da Semana do Benin, no Largo do Pelourinho, se apresentaram no sábado (21) o grupo Barlavento, que balançou o largo com seu samba-de-roda de raiz, a cantora Juliana Ribeiro, revelação no cenário soteropolitano por seu timbre marcante, e o Cortejo-Afro, que contou com a participação mais que especial de Sandra de Sá.

PROGRAMAÇÃO COMPLETA
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