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Claudia Leitte é capa da Revista Claudia
edição de aniversário
" ...Imagine uma cantora de axé leitora de Clarice Lispector e Fernando Pessoa."

Bonita, carismática, dançarina de primeira. Claudia Leitte é tudo o que se espera. Seu nome tem grande potencial para balançar a bolsa de apostas das sucessoras do reinado baiano do axé, cuja coroa se divide há tempos entre Ivete Sangalo e Daniela Mercury. Mas há um lado dessa mulher totalmente inesperado.
Enquanto as musas baianas sempre defenderam uma maior abrangência musical, mesmo sem renegar o ritmo que as consagrou, Claudia até se arrisca em outros gêneros, mas gosta mesmo de ser cantora de axé. Depois de ter deixado sob protestos a banda Babado Novo, com um rastro de 500 mil CDs vendidos, e alcançado a marca de 120 mil DVDs com seu trabalho-solo de estreia (Ao Vivo em Copacabana, de 2007), a cantora de 28 anos está se guardando para quando o próximo Carnaval passar. Na ocasião, lançará o sempre tão perigoso segundo disco, aquele que pode atrair ou afastar dela a coroa.
Os diferenciais vão além. Imagine uma cantora de axé leitora de Clarice Lispector e Fernando Pessoa. Que arrisca uma ponta na série Malhação, da Globo. Uma representante da ala emergente das cantoras da Bahia que nunca pisou num terreiro de candomblé – sendo que o axé está ligado à energia dos orixás, do ritmo à própria origem da palavra. Na capital baiana, onde templos evangélicos avançam cada vez mais sobre os terreiros, Claudia diz não seguir nenhuma religião, mas espalha mensagens cristãs em cima do trio elétrico. É a boa-moça assumida que em 2007 ganhou da MTV o título de “a gostosa do ano” e mais recentemente uma das maiores execuções nas rádios baianas com a música Beijar na Boca. Com tão rápida ascensão, também ganhou detratores, que a acusam de imitar Ivete Sangalo, no jeito de cantar e conduzir a carreira, e Daniela Mercury, no modo de dançar. Ela tira de letra. Afirma admirar as concorrentes e reconhece uma ou outra influência. Mas não venham tachá-la de “falsa baiana” só porque não nasceu na Bahia. Com cinco dias de vida, já estava em Salvador e ali para sempre ficou. Mas Claudia nasceu em São Gonçalo, no Rio de Janeiro, depois que a bolsa da mãe rompeu na escala de um voo na capital fluminense.
A mesma artista que, desde os tempos do Babado Novo, conquistou seu público incorporando um furacão no palco revela desconhecer diversão tão garantida quanto ficar em casa, quietinha, aconchegada a seus dois amores: o marido e empresário Márcio Pedreira, um ex-colega de escola, e o filho de 8 meses, Davi. Nesta entrevista, que começou no apartamento que ela mantém em São Paulo, no Jardim Paulista, e continuou num microônibus, no percurso de uma hora e meia até a cidade de São José dos Campos (SP), Claudinha, como a chamam os fãs, falou muito sobre espiritualidade, seu tema preferido no momento. Quando a reportagem de CLAUDIA chegou, a cantora estava com olhos fixos na tela de um laptop na mesa da sala.

ENTREVISTA - Podemos começar?
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Fonte : Fonte: Revista Claudia - Lina de Albuquerque - OUT 2009

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