A noite desta segunda-feira, dia 22 de fevereiro, começou com a discotecagem dos DJs Floyd e Amar que lideravam as pick-ups enquanto o chef de cozinha Murilo Brocchini preparava o arroz de “Puta Rica”, receita retirada do livro de Caloca Fernandes Uma viagem gastronômica através do Brasil. O arroz, que leva ao todo 24 ingredientes variados entre castanha, ovo de codorna, manjericão e linguiça, foi sendo feito pelo chef ao ritmo da música que saía dos autofalantes, em uma grande panela de alumínio num fogareiro a gás em frente ao público que assistia boquiaberto e inebriado. Em seguida subiu ao palco o grupo Chita Fina, composto por sete meninas baianas que fazem samba desde o ritmo do Recôncavo baiano até o samba rock, passando pelo samba de primeira e pela MPB. O grupo fez o público remexer as cadeiras ao som de canções como Canta, Canta, Minha Gente de Martinho da Vila.
Depois do samba das meninas, foi a vez dos atores Lyu Árisson e Tânia Toko subirem ao palco para apresentar a atração principal da noite: a banda Maniçoba Hype e o cantor Robertinho Chaves. Com um figurino a lá Michael Jackson e acompanhado de quatro dançarinos, o idealizador do projeto soltou a voz ao som de Edith Piaf em ritmo de salsa com Non, je ne regrette rien e La vie em rose. Robertinho recebeu também como convidados os santamarenses Jota Velloso, dona Nicinha e Dani Assis que cantaram e dançaram com o anfitrião.

O QUE É MANIÇOBA HYPE ?
O conceito do projeto surgiu da tentativa de explicar a ideia de um movimento diverso da cultura baiana. A maniçoba é um prato típico do Recôncavo baiano e de origem indígena. Seu preparo é feito com folhas de mandioca cozidas e acrescidas de carne de porco e carne bovina, além de outros ingredientes defumados e salgados. Já a denominação "Hype" refere-se a uma figura de linguagem, que representa as últimas tendências da cultura pop. O termo "Hype" agrega sentido a tudo que está acima das expectativas, algo exageradamente bom, inominável.
O músico e produtor Robertinho Chaves reside em Paris desde 1991 onde, em 2005, teve a ideia de produzir o Maniçoba Hype - durante a Lavagem da Igreja de La Madeleine, também idealizada por ele, inspirada na tradicional Lavagem do Senhor do Bonfim. “Criei o projeto com um forte desejo de celebrar a liberdade de expressão artística e ao mesmo tempo dar vida a um movimento cultural plural, onde todas as raças, crenças e artes pudessem se encontrar, para se expressar sem fronteiras”, explica Robertinho.

Fonte : CarnAxE in Pelourinho Cultural - Fevereiro 2010

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