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31ª Noite da Beleza Negra Ilê Aiyê
A Deusa do Ébano que vai representar o Ilê durante todo ano

A trigésima primeira Noite da Beleza Negra do Ilê Aiyê será realizada no dia 16 de janeiro, às 21 horas, na Senzala do Barro Preto, no Curuzú, em Salvador. O evento que escolhe a "A Deusa do Ébano" que vai representar o Ilê Aiyê durante todo ano contará com animação da Band´Aiyè, Lenine, Juliana Ribeiro e Convidados.
Os ingressos estão á venda na sede por R$30,00 pista, R$50,00 camarote e R$70,00 camarote Vip. Informações (71) 2108-3400.

 


PREMIAÇÃO
1º LUGAR 2.000,00 + Troféu Deusa do Ébano + abadá carnaval
2º LUGAR 1.500,00 + Troféu Deusa do Ébano + abadá carnaval
3º LUGAR 1.000,00 + Troféu Deusa do Ébano + abadá carnaval

FINALISTAS CONCURSO da BELEZA NEGRA
01 - Itaci Magna Borges Ribeiro
02 - Sueli dos Santos
03 - Juciara do Espirito Santo Silva
04 - Edlane Santos Jesus da Conceição
05 - Gisele da Silva Santos
06 - Rafaele Costa Bispo
07 - dandara Verona Bispo Pita
08 - Idalice Mª Falcão Nascimento Filha
09 - Jucineide Ferreira dos Santos
10 - Cristiane Florentino do Nascimento
11 - Juliana da Silva Conceição
12 - Alexandra da Paixão damasceno
13 - Marileide Lopes Santos Passos
14 - Daiana dos Santos Ribeiro

APRESENTAÇÃO OFICIAL DAS CANDIDATAS À IMPRENSA
dia 15 janeiro (sexta-feira), às 09h
]Hotel Mercure, Rio Vermelho, Salvador BA

COMENTÁRIOS DA FOLIA
A Deusa do Ébano eleita foi a estudante de Artes Cênicas, Gisele da Silva Santos, de 22 anos, see+

TRAJETÓRIA HISTÓRICA
Há 36 anos atrás, quando do surgimento do Ilê Aiyê, não havia nenhum registro de que uma mulher negra tivesse ousado concorrer em uma competição de beleza. Apesar da população brasileira ser majoritariamente mestiça (este é um fato histórico irreversível), o Brasil sempre exportou um biotipo de mulheres nos concursos de beleza que nunca correspondeu à realidade étnica nacional. Excetuando os concursos de “mulatas” e os “oba-obas” dos “ziriguiduns”, que não passaram pela questão da consciência de negritude, e nem mesmo da valorização da mulher. Em se tratando de Salvador, Bahia, a questão se agrava muito mais. É só com o surgimento do Ilê que vem à tona a discussão acerca “de ser negro”, da negritude, do padrão de beleza diferente – mas não inferior – dos cabelos, da pele, das indumentárias, da história. Quem somos, de onde viemos, de África, dos reinos e das culturas africanas, de reis e rainhas africanas. O Ilê “botou a boca no mundo”. Cantando, contando e recontando essas histórias através das letras das músicas que, além de elevarem a estima da população negra baiana, “ajudou a Bahia a se enxergar como uma nação negro-mestiça”.  
O trabalho de resgate de identidade étnica que o Ilê vem fazendo ao longo dos anos, através da música, tem sido tão relevante que a Bahia mudou seu visual, seu ritmo, seu jeito de ser, falar, alguns costumes e modos de lazer. A importância desse concurso, como parte das atividades do Ilê Aiyê, foi muito mais além do que outro qualquer, pois ele trata da promoção de uma cultura, ou conjunto de culturas, do qual somos herdeiros e transcende as medidas de cintura, quadris, cor de olhos e cabelos. Esse concurso reafirma uma identidade, resgata valores, mostra expressões de cultura, alavanca a comunidade para vôos mais altos. O ideal seria que no nosso país houvesse muitos concursos em que todos grupos étnicos participassem com igualdade de condições, já que alguns afirmam que vivemos numa “democracia racial”. Assim, nem caberia um concurso de “Beleza Negra”, se o que reza a constituição brasileira, acerca da igualdade de raças, fosse uma realidade.
 Vivemos ainda num país machista e racista. Imagine a carga de preconceitos que recai sobre a mulher nesse país, principalmente sendo ela uma mulher negra! Ademais, é corriqueiro, habitual mesmo ouvir das pessoas jargões na linguagem do dia a dia, e até mesmo da imprensa, tais como: “buraco negro”, “a coisa está preta”, “lista negra”, “nuvem negra”, “passado negro”, entre outros, todos indicativos de coisas ou situações ruins, indesejáveis, negativas. Hoje a sociedade já se habituou a ouvir e a falar em “beleza negra”. Graças ao movimento de negritude na Bahia, desencadeado nos anos setenta pelos blocos afros e encabeçado pelo Ilê Aiyê Um dos maiores objetivos da Associação Cultural Ilê Aiyê é sedimentar a auto-estima na comunidade negro-mestiça de Salvador e propagar a cultura afro-baiana para os mais diversos pontos do mundo. Na “Noite da Beleza Negra”, o Ilê faz isso com o foco direcionado para a mulher negra.
Mas a estética que rege a noite é ampliada. São analisados os trançados dos cabelos, as estamparias do tecido, a graça da dança mas, sobretudo, a candidata deve ter consciência da sua negritude e ser atuante na comunidade para tornar-se vencedora da Noite da Beleza Negra. Por isso, quando o Ilê Aiyê realiza esta Festa está fortalecendo a cultura baiana através da afirmação da consciência negra e da manutenção das nossas raízes. Na ”Noite da Beleza Negra”, também prestigiada pelo povo e pela intelectualidade nacional e local,  ocorre sempre 15 dias antes do sábado de Carnaval. Nesta noite, será escolhida, entre as várias finalistas, a Deusa do Ébano, que brilhará no Carnaval/2008 e participará das apresentações do Bloco no Brasil e no mundo durante todo o ano.
Na ultima edição Noite houve os shows da Band’ Aiyê e de Edson Gomes .  Um telão mostrou vídeos produzidos pelo Ilê Aiyê, sobre suas diversas atividades,  como o trabalho educacional desenvolvido no Curuzu, onde mantémos três escolas: A Escola Mãe Hilda,  a Escola Banda Erê e a Escola Profissionalizante.   


Fonte : CarnAxE in Ilê Aiyê - Fevereiro 2010

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