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Festival de Cultura Negra no Pelourinho
pelourinho cultural
Abertura de Festival levou ótimo público ontem (06) ao Pelô Primeiro dia do Circuito Real Rotação discutiu a rentabilidade da Cultura Negra e contou com as participações de Zezé Motta, Dão e Maurício Pestana, além de programação musical com muito hip hop, black music e samba

Primeiro dia do Circuito Real Rotação discutiu a rentabilidade da Cultura Negra e contou com as participações de Zezé Motta, Dão e Maurício Pestana, além de programação musical com muito hip hop, black music e samba A cultura negra e o modo de se ganhar dinheiro com ela levou ótimo público ontem ao Pelô para conferir a abertura do Circuito Real Rotação. O projeto integra a programação Tô no Pelô, da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, com apoio do Programa Pelourinho Cultural.
Enquanto o público acomodava-se em seus lugares, o DJ KLJay fazia intervenções musicais comandando as pick-ups com uma mistura contagiante com o melhor da black music e hip hop à espera do que estava por vir: o Talk Show Conversa Afiada, que iria contar com a presença do cantor e compositor baiano Dão, da atriz Zezé Motta e do editor-chefe da Revista Raça, Maurício Pestana. O debate teve início com algumas indagações da idealizadora do projeto, Elenira Onijá, que sempre se perguntou se a cultura negra dava dinheiro e para onde vai esse dinheiro. Maurício Pestana afirmou que não haveria melhor lugar para discutir esse assunto. “Salvador é a capital da cultura negra e é impossível discutir a cultura no Brasil sem abordar a de matiz africana e negra”, afirmou. Pestana conta que em pouco mais de 500 anos de história brasileira, o trabalho livre existe há apenas 120 anos. “O negro ainda não chegou ao capitalismo, não possui rádio e indústria, por exemplo. É necessário um investimento em nós mesmos. Aqui no Pelourinho só existem dois restaurantes de negros, um deles é a Alaíde do Feijão, e são os únicos que eu frequento. É preciso fazer o dinheiro circular entre nós”, recomendou. Já a atriz Zezé Motta confessou que já perdeu o sono muitas vezes por questões econômicas. “O negro tem muitas questões a serem resolvidas e esse é um dos desafios. O salário do negro é muito inferior ao do branco, não só no meio artístico, mas no mercado de trabalho como um todo”, afirmou Zezé Motta.
Entre uma rodada e outra de perguntas e discussões, o samba de Dona Liu e os versos de protestos do rapper Lucas Kintê contagiavam o público com canções que abordavam o dinheiro e como a população e o artista negro se relacionam com ele. O baiano Dão elogiou a iniciativa e aproveitou para afirmar que o Real Rotação trata de um pontapé inicial, idealizado pela “negrada” jovem de Salvador, como ele próprio afirmou. “É preciso fazer para aparecer”, filosofou. Dão cedeu aos pedidos do público e cantou um dos seus sucessos, a canção Para Embelezar a Noite, ao lado do trompetista e amigo Mateus Aleluia. O Real Rotação continuará movimentando o Largo Pedro Archanjo até o sábado, dia 09 de janeiro, com batalha de MC’s, campeonato de FreeStyle e um Baile Black em homenagem a Tim Maia.
O Pelô não para – Baianos e turistas também puderam acompanhar ontem as batidas percussivas do bloco afro Muzenza no Largo Tereza Batista e sambar ao som do Grupo Refino, que abriu o Ensaio do Clube do Samba, evento que vai acontecer todas as quartas no Largo Quincas Berro D’Água.

BASTIDORES DA CULTURA MUSICAL
- Festival de Música Negra movimentará o Pelô


Fonte : CarnAxE in Pelourinho Cultural - Janeiro 2010

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