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Hip Hop e Samba de Roda celebraram Dia Trabalhador no Pelô
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O sol ainda brilhava intensamente sobre as ladeiras e ruas do Pelô quando o público começou a chegar ao Largo Tereza Batista...

O lançamento da canção Carregando Pedra do grupo Os Agentes e os dez anos do Grupo Recreativo Samba de Roda agitaram os Largos Tereza Batista e Pedro Archanjo A noite de sábado, dia 01 de maio, marcou uma celebração dupla de ritmos que têm seu espaço cativo na democrática e diversificada programação do Pelourinho Cultural, programa da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia. No Largo Tereza Batista, atrações de Hip Hop locais e de outros Estados marcaram o lançamento do single Carregando Pedras, do grupo baiano Os Agentes. Já no Largo Pedro Archanjo, aconteceu uma intensa homenagem ao samba de roda durante toda a tarde e início da noite.
O sol ainda brilhava intensamente sobre as ladeiras e ruas do Pelô quando o público começou a chegar ao Largo Tereza Batista em entusiasmados grupos. A primeira atração a subir ao palco foi a sergipana Mensagenegra, que se apresentou pela primeira vez em Salvador. O grupo fez duras críticas ao capitalismo e às drogas. De acordo com um dos vocalistas, o 1º Loko, o capitalismo é responsável pelas injustiças que vemos no mundo, enquanto as drogas levam os jovens das periferias a um caminho cercado de violência. “Enquanto existir o capitalismo sempre haverá injustiça”, sentenciou. “O Hip Hop é a nossa arma de transformação e revolução”. Entre uma banda e outra, o público conferia as intervenções artísticas do poeta Giovane Sobrevivente e do grupo feminino Tropa Sagaz, que aborda em suas canções o orgulho negro. Em seguida, os baianos do R.B.F. (Rapaziada da Baixa Fria), surgido no bairro do Cabula, entoou suas canções de protesto repletas de ironia e humor que esquentaram a temperatura do Centro Histórico de Salvador. O show contou ainda com a participação do reggaeman Kamaphew Tawá. Depois foi a vez do anfitrião da noite, o grupo Os Agentes, que apresentou ao seu público fiel a canção Carregando Pedras, nome homônimo do álbum que será lançado em dezembro. “Nossas músicas trazem muitas referências da comunidade de onde vivemos, em Sussuarana, com um rap mais politizado”, afirmou o vocalista e fundador do grupo, Jasf.
Por fim, os paulistas de Campinas, do grupo Inquérito, fizeram ferver o público que não conseguia ficar parado diante da musicalidade e do ritmo do grupo, influenciado pela soul music. O movimento, que a todo momento se repetia, de mãos espalmadas que iam para frente, na direção do palco, e para trás, evidenciava o perfeito domínio da plateia por parte dos paulistas. Premiado como “Grupo Revelação do Século” no Prêmio Hutuz em 2009, maior Festival de Hip Hop da América Latina, o Inquérito lançará em breve o seu terceiro álbum, intitulado Mudança. Os dois anteriores, Mais Loco que u Barato! (2006) e Um Segundo é Pouco (2008) foram muito bem recebidos pelos fãs e pela crítica especializada. O primeiro rendeu o prêmio de melhor canção com Dias dos Pais no Prêmio Hutuz, enquanto o segundo foi indicado em quatro categorias na mesma premiação dois anos depois. O Pelô não para – a alguns metros das batidas e dos versos de protestos dos grupos de Hip Hop, o público se sacudia ao som do samba de roda, que marcou as comemorações de dez anos do Grupo Recreativo Samba de Roda. A animação ficou por conta dos Sambas Juninos e de grandes artistas baianos que têm forte identificação com o samba duro, como Tonho Matéria, Arnaldo do Samba de Cozinha, Rogério do Bambeia, Queinho do Cavaco e o Samba de Roda Urbano.


Fonte : CarnAxE in Pelourinho Cultural - 03 Maio 2010

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