Um encontro musical de dois estados nordestinos co-irmãos, Bahia e Pernambuco, e do chorinho com o frevo aportou ontem (31) no Centro Histórico de Salvador através do virtuosismo dos instrumentistas Armadinho Macedo e do saxofonista Spok, da Spok Frevo Orquestra. Trata-se do projeto Armandinho Convida, que integra a programação Tô no Pelô, que conta com o apoio do Pelourinho Cultural, programa da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia. O show, intitulado Pop Choro, vem prestigiando a cena instrumental nacional e é a segunda fase do projeto.
O espetáculo Pop Choro vem provando que a música instrumental consegue atrair um ótimo público em Salvador. A primeira edição do show contou com a participação do baiano Luiz Caldas e ontem foi a vez do pernambucano Spok subir ao palco do Largo Tereza Batista. Em ambas ocasiões, o largo esteve lotado.
Armandinho abriu o show com a composição Pop Choro Exaltação, parceria de Armandinho com o bandolinista Kinho Xavier. No repertório, Armandinho brindou o público com as músicas que fazem parte do CD/DVD Pop Choro, gravado no final de 2006 em Salvador. Entre as canções apresentadas estiveram Lembrando Jacob, homenagem ao grande mestre do chorinho Jacob do Bandolim, o clássico Aquarela do Brasil, de Ary Barroso, Sarajevo, parceria com Pepeu Gomes, ex-Novos Baianos e o Forró Bachiano, única parceria de Armandinho com o sanfoneiro Sivuca.
A plateia acompanhava atentamente cada acorde. Durante a execução das composições, todo o som ouvido no largo vinha do palco. O silêncio do público só era rompido pelo estampido das palmas e da vibração após as músicas. “A ideia do Pop Choro é fazer um trabalho autoral, reunindo músicas minhas e parcerias que foram e continuam sendo importantes”, afirmou Armandinho.
Mas o grande momento da noite, como era de se esperar, foi quando Spok subiu ao palco, sendo ovacionado pelo público. “Considero o trabalho de Spok um dos melhores da música brasileira”, revelou Armandinho. “Estou super feliz em estar aqui. Vim do Recife tocar frevo no Pelourinho ao lado de Armandinho. É um sonho!”, vibrou o pernambucano.
“Vamos fazer um frevo de rua, neste caso um frevo de palco”, brincou Spok. Juntos tocaram o frevo Onze de Maio, de Dominguinhos, composição que vai fazer parte do próximo álbum da Spok Frevo Orquestra, Lamento Sertanejo, de Gilberto Gil e Dominguinhos e ainda fizeram uma linda homenagem ao chorinho tocando Noites Cariocas, de Jacob do Bandolim. Para Spok, o encontro do chorinho com frevo é bastante oportuno por reunir dois ritmos que se complementam e que têm grande importância para a música nacional. “O frevo e o choro são as duas únicas músicas instrumentais genuinamente brasileiras”, completou.
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