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Musicalidade africana tomou conta do Pelô
pelourinho cultural
Tiganá Santana, Banda Didá com Mariella Santiago e grandes nomes do samba levaram a música africana e as suas diversas influências ao Centro Histórico de Salvador

A música africana embalou a noite da última sexta-feira (05) no Pelô. O cantor e compositor Tiganá Santana se apresentou no Largo Pedro Archanjo e levou ao palco grandes nomes da música brasileira. O show foi uma realização do Pelourinho Cultural, programa da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia. Teve também o samba-reggae da Banda Didá, com participação especial de Mariella Santiago, e a noite do samba, através do projeto Espicha Verão. A “celebração coletiva”, como o próprio Tiganá denominou sua apresentação, começou com composições mais intimistas que exploraram a polifonia da sonoridade africana. As canções foram acompanhadas pela percussão influenciada pelos terreiros de candomblé e comandada pelo consagrado percussionista Gabi Guedes. O artista também faz parte da Orkestra Rumpilezz. No repertório, destaque para as músicas de artistas do continente africano e do primeiro álbum, Maçalê, como Congo-Angola-Bahia, Muloloki e Deambwa. “Congo-Angola-Bahia fala da migração do tambor como instrumento sagrado religioso para a Bahia”, conta Tiganá.
O público participava ativamente do show através de palmas e coro cheios de ritmo. Alguns ainda arriscavam alguns passos de samba, mas a maioria acompanhava o show ao redor das mesas bebendo e comendo as iguarias que os restaurantes e bares do Pelourinho oferecem. O primeiro convidado a subir no palco foi o guitarrista Mou Brasil. “Mou Brasil é um dos grandes guitarristas do mundo. É uma honra ter ele como parceiro e amigo”, vibrou Tiganá. A dupla fez também uma homenagem a Johnny Alf - cantor, compositor e instrumentista carioca que morreu na última quinta-feira (04) - cantando o grande sucesso dele, Eu e a Brisa. “Johnny Alf foi um mestre negro que nasceu em Vila Isabel, tocou Chopin e outros gênios da escola norte-americana, e são raros aqueles que no Brasil sabem fazer isso tão bem”, contou um emocionado Tiganá sob aplausos calorosos.
Em seguida, Tiganá convocou mais dois convidados de peso: o santamarense Roberto Mendes e a diva Margareth Menezes. “Como essa noite está repleta de grandes mestres, é uma honra convidar esse mestre e amigo e uma dama que dispensa comentários”, afirmou Tiganá. O público, que nesse momento já lotava o largo, não se fez de rogado e foi à frente para acompanhar de pertinho os seus ídolos, de posse de suas câmeras fotográficas e celulares para registrar esse grande momento. Juntos cantaram a musica Yá Yá Massemba, composição de Roberto Mendes e Capinam, dos versos Quem me pariu foi o ventre de um navio/Quem me ouviu foi o vento no vazio que eram cantados em coro pelo público.
Capinam era um dos convidados da festa, mas por conta de uma viagem, não pôde comparecer. Margareth Menezes contou que estava em Camaçari na Caminhada da Mulher. “É um prazer imenso estar aqui. Tomei chuva, fiquei sem voz, ela só chegou agora”, brincou Margareth.

BASTIDORES DA FOLIA
- Vem pra Didá, Vem pro Pelô
- Tiganá Santana mostra trabalho inspirado em raízes africanas


Fonte : CarnAxE in Pelourinho Cultural - Março 2010

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