A cantora receberá convidados em um show repleto de emoção. O projeto A Música Reggae em Ação e a exposição “Áfricas” também completarão a celebração do Dia da Consciência Negra Uma homenagem ao genial e saudoso Itamar Assumpção, considerado um dos mais originais artistas brasileiros. Assim vai ser o show que a cantora Mariella Santiago e convidados realizarão no próximo sábado, 20 de novembro, no Largo Pedro Archanjo, a partir das 20h. O espetáculo faz parte da programação que celebrará o Dia da Consciência Negra e recebe o apoio do Programa Pelourinho Cultural, ligado ao Instituto de Patrimônio Artístico e Cultural (IPAC) e à Secretaria de Cultura do Estado da Bahia.
O tributo a Itamar Assumpção será um encontro de artistas que zelam pela originalidade. A Orquestra Afro Sinfônica mostrará arranjos especialmente escritos para a ocasião, pelo maestro Ubiratan Marques, músico baiano que morou em São Paulo por quase 10 anos. Outro convidado é o baterista de jazz Don Lula Nascimento, instrumentista que tem influenciado a geração que curte “No campo da música, sobretudo da música inovadora que rompe as barreiras de estilo, o Itamar foi uma dessas pessoas. Daí a ideia de prestar-lhe homenagem, convidando outros artistas que, como ele, têm como característica principal a inventividade. Atualizam elementos da ancestralidade africana em seus trabalhos, sempre de maneira original”, expressou Mariella Santiago.
Para abrilhantar a homenagem ao artista o evento vai contar com a participação das irmãs Anelis e Serena Assumpção, filhas de Itamar. Anelis cantora de timbre e presença marcantes escolheu para homenagear o pai as canções “Mulher segundo meu pai”, composição de Itamar, e “Negra Melodia”, de Waly Salomão em parceria com Jards Macalé, gravada por Itamar Assumpção, em 1983, no disco “Às Proprias Custas”. Serena, que também é cantora, escritora e produtora cultural, forma com a cantora Luz Marina (sobrinha de Tetê Espíndola) o duo Sobreonatural. Atualmente a artista está no processo de finalização do primeiro trabalho a sair pelo seu selo Ultramar Discos. O álbum é um registro dos cantos do terreiro que frequenta na capital paulista. Em 2006, ela trouxe a obra do pai para Salvador a convite de Aninha Franco, realizando no Teatro XVIII o lançamento do livro Songbook de Itamar Assumpção. Segundo Serena, o reconhecimento da obra de seu pai é muito importante, pois redimensiona o trabalho dele, da vida inteira. “Agora, com o lançamento da Caixa Preta - box contendo todos os discos lançados em vida e mais três póstumos - dois inéditos -, as pessoas terão maior acesso às suas músicas e seu pensamento”, acrescentou.
O guitarrista Marcio Pereira fará uma participação especial no show de Mariella Santiago. Formado em instrumento, na UFBA, já atuou como arranjador e diretor musical, dedicando-se ao violão. Atualmente reside na cidade de New Orleans - Lousiana (EUA). Com sua participação irá compartilhar sua experiência internacional com artistas locais. Mariella explica que tudo foi pensado nos mínimos detalhes, principalmente a data do show, 20 de novembro, Dia da Consciência Negra. Itamar foi responsável pela integração de diversos estilos musicais ligados à dispersão africana pelo continente americano, como o samba, o jazz e o lundu, além de participar da luta a favor da resistência cultural e valorização dos traços afro-descendentes na música.
A Banda Cicerone, na qual Mariella Santiago é vocalista e diretora musical, tocará clássicos que marcaram a vida e carreira do compositor. O público poderá conferir as apresentações de Gilberto Santiago na bateria, Lucas Vieira na Percussão, Bruno Aranha nos Teclados, Ângelo Santiago no baixo e Morgana Davila no Vocal e performance. Além da boa música, um vídeo que será projetado em telão com imagens da carreira e vida de Itamar Assumpção completam o espetáculo. A entrada é franca, mas o show contará com doações individuais de livros que serão destinados às bibliotecas públicas do Estado e às instituições que trabalham com educação.

ITAMAR ASSUMPÇÃO
Itamar Assumpção foi um dos grandes nomes e contribuidores da cena alternativa que dominou São Paulo nos anos 70 e 80, movimento que convencionou-se chamar de Vanguarda Paulista. Artistas se reuniram e decidiram romper o controle das gravadoras sobre a produção e lançamento de novos talentos. Itamar marcou sua obra basicamente por não ter tido interferência das gravadoras. O músico misturou samba com rock e funk, entre outros ritmos, em letras impregnadas de sátira e crítica social. Em algumas de suas entrevistas ele conta que foi vítima do preconceito, relatando como viveu esta experiência. Aprendeu a tocar violão sozinho e, ouvindo Jimi Hendrix apaixonou-se pelo baixo. Morreu em 2003 aos 54 anos e deixou em versos todo o sofrimento que enfrentou na carreira.

PROGRAMAÇÃO COMPLETA
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Fonte : Pelourinho Cultural - Novembro 2010

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