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Exposição fotográfica sobre o Cerrado baiano estreia em Salvador
pelourinho cultural
Em alusão à Semana do Cerrado, a mostra itinerante “A Recriação do Olhar sobre o Cerrado Baiano” apresenta aos soteropolitanos diversos olhares sobre o extremo oeste do estado, das belezas da região ao seu potencial econômico, das tradições locais às ameaças à biodiversidade.


Em comemoração à Semana do Cerrado e ao Ano Internacional da Biodiversidade, a Conservação Internacional (CI-Brasil) e o Instituto Bioeste, com o apoio da Monsanto, lançam na próxima terça-feira, 14/9, na Praça Campo Grande, no centro, em Salvador, a exposição fotográfica itinerante “A Recriação do Olhar sobre o Cerrado Baiano”. Dividida em cinco eixos temáticos – a biodiversidade, o ser humano, a comida, a água e o clima – o objetivo da mostra é conscientizar a população sobre as belezas e ameaças à região, assim como valorizar seu povo e suas tradições, tão importantes para a manutenção da biodiversidade local e do bem-estar humano. A exposição, que fica na cidade até o dia 18, segue para Camaçari no dia 22 de setembro e oeste baiano em outubro. A mostra integra o programa Produzir e Conservar, uma parceria entre as três instituições com o objetivo de inserção de práticas sustentáveis na cadeia produtiva do agronegócio e implementar ações em prol da conservação no Cerrado e na Mata Atlântica.
As fotografias da mostra são, em sua maioria, resultado de uma oficina de fotografia, seguida por uma expedição pelo extremo oeste da Bahia realizada em maio deste ano. Na ocasião, 18 moradores locais produziram mais de sete mil cliques ao longo dos 900 km rodados nos municípios de Barreiras, Luis Eduardo Magalhães, São Desidério, Formosa do Rio Preto e Santa Rita de Cássia. O olhar de fotógrafos da natureza, como Adriano Gambarini e Luciano Candisani, também é contemplado pela exposição. O evento expõe vídeos com relatos da própria população da região acerca do Cerrado, assim como dos fotógrafos. Painéis removíveis e instalações, como a de um bebedouro com a “água do futuro”, proporcionam ao visitante uma maior interação com as imagens da região. A mostra apresenta registros de uma biodiversidade ameaçada pela expansão agrícola, espécies de fauna e flora que podem desaparecer, o cotidiano de comunidades tradicionais e a interferência das mudanças climáticas na produção agrícola. “O oeste baiano é uma região sob intensa pressão humana, com uma taxa de desmatamento crescente e que, ao mesmo tempo, representa um dos últimos remanescentes de Cerrado do país”, diz Valmir Ortega, diretor do programa Cerrado-Pantanal da CI-Brasil. “Por isso é muito importante que a sociedade esteja ciente dessas informações e também de maneiras de concretizar o desenvolvimento econômico aliado ao social e à sustentabilidade ambiental”, afirma ressaltando a importância de atividades como a exposição para a educação ambiental.
No contraponto à devastação, a exposição pretende mostrar alternativas e informações muitas vezes desconhecidas do público em geral. Desde lugares paradisíacos na região, como a Lagoa Azul, em São Desidério, e o artesanato com capim dourado produzido pelas mulheres da comunidade de Cacimbinha, em Formosa do Rio Preto, à inserção de boas práticas agrícolas e da variável da sustentabilidade do setor produtivo na região oeste da Bahia, incentivadas pelo programa Produzir e Conservar, da parceria entre a CI-Brasil e a Monsanto, e implementada na região pelo Instituto Bioeste.
Sustentabilidade – Idealizadora da expedição fotográfica e cocuradora da exposição, a gerente de Comunicação da CI-Brasil, Mirella Domenich, explica que o mote do evento é o desenvolvimento sustentável. “A exposição pretende mostrar às pessoas que o desenvolvimento sustentável não é apenas possível, como é a única maneira viável de assegurarmos a manutenção dos recursos naturais para o bem-estar humano”, diz. “Esse desenvolvimento passa pela valorização do conhecimento tradicional, dos serviços que a natureza nos presta, como o fornecimento de água e a manutenção do clima, até o avanço tecnológico para a implantação de melhores práticas agrícolas, por exemplo”, completa. A demanda pela exposição surgiu há cinco anos durante um planejamento estratégico em comunicação implementado pelo Instituto Bioeste e CI-Brasil. Na oportunidade, representantes locais elegeram uma expedição fotográfica seguida de uma exposição, como prioritários para mobilizar a sociedade da região. Hebert Regis, coordenador de Comunicação do Instituto Bioeste e cocurador da mostra, destaca a diversidade de olhares sobre o Cerrado apresentada na exposição. “O diferencial são os olhares das pessoas que são da localidade, que com equipamentos simples conseguiram repassar o amor e a preocupação por este Cerrado, cada dia mais ameaçado”, afirma.
Entrada Franca. Informações: (71) 3341-2440.

QUANDO ? - 14 a 18 de setembro 2010 - 10h às 19h
ONDE ? - Praça Campo Grande, Centro, Salvador BA

Fonte : Pelourinho Cultural - setembro 2010

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