Luiz Galvão pôs toda sua energia, sabedoria e irreverência no palco do Largo Tereza Batista, na noite desta quinta-feira (11/08). Declamando poesias e cantando sucessos que marcaram a década de 1970, como Preta Pretinha, o ex-integrante dos Novos Baianos apresentou o espetáculoPoesia é a Língua de Deus e Minha, Porque o Mundo não é uma Bola dentro da agenda do Pelourinho Cultural, programa vinculado à Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (Secult-Ba), que pretende tornar o Centro Histórico um local cada vez mais rico em diversidade.
O Largo Tereza Batista reuniu gente de todas as idades, reforçando a proposta do Pelourinho Cultural de resgatar e manter viva a identidade cultural baiana, através das artes, músicas, danças e demais representações. Os convidados da noite foram Pietro Leal, vocalista da banda Pirigulino Babilake, Pedro Pondé, ex-vocalista da banda Scambo, o forrozeiro Zé Costa, as cantoras Sol Pequena e Lane Quinto e um convidado de última hora que apareceu para abrilhantar mais a festa, Pablo Moraes, sobrinho do cantor e compositor Moraes Moreira. Lane comentou a alegria em participar deste show. “Estou me sentindo na década de 1970, esse resgate da boa música é sensacional e para mim está sendo uma delícia participar”, afirmou a cantora, que se apresentou ao lado do violonista Daniel Santana e com a participação de Pietro na música Vagabundo não é fácil. Zé Costa citou a parceria que tem com Galvão. “Sempre que nos sobra um tempo compomos juntos e me considero feliz em estar ao mesmo tempo no passado, no presente o no futuro, sempre em busca de fazer o melhor para a música brasileira. Sou um freguês do Pelô e gosto quando vejo eventos como esse darem certo. Somos carentes de poesia e Galvão é um grande disseminador dessa arte”, define o artista, que cantou, dentre outros sucessos, Nóis é Jeca Mais é Jóia.
A variedade de músicas e ritmos marcou a apresentação, citando a Bossa Nova, Galvão fez uma reverência ao baiano João Gilberto, que completou 80 anos em 2011 e que é personagem do documentário Filhos de João, O Adorável Mundo Novo Baiano, que fala obviamente da trajetória do grupo Os Novos Baianos. O artista plástico Ruy Carvalho, fã do trabalho do Galvão, diz que não perde uma apresentação e fala da importância dos Novos Baianos para o cenário artístico baiano e brasileiro. “Acompanho sempre que posso o trabalho do meu amigo Galvão e acho muito bacana essa proposta do Pelourinho em valorizar nossa cultura, dando espaço a bandas que jamais serão esquecidas, como os Novos Baianos, que são atemporais. Basta ver a quantidade de jovens e adolescentes aqui presentes hoje”, conclui.
O encerramento da noite ficou por conta da música Mistério do Planeta, composta por Galvão e Moraes Moreira, que foi cantado por Pietro Leal, Pedro Pondé, Sol Pequena e o próprio Galvão, fechando com muita descontração mais uma noite de atrações do Pelourinho Cultural, para delírio do público que permaneceu até as despedidas finais dos artistas.
Fonte : Pelourinho Culrural - agosto 2011
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