Nesta quinta-feira, dia 20 de janeiro, a Banda Didá abre o projeto de ensaios no Pelourinho.
De precursor da percussão ao primeiro negro em campanhas publicitárias na televisão, Nelson Maleiro é tema da apresentação na Praça Pedro Archanjo, no Pelourinho
Considerado um agitador cultural do cenário baiano, Nelson Maleiro é o tema da apresentação da Banda Didá, hoje(20), às 20h, no Largo Pedro Archanjo, Pelourinho. O evento faz parte da agenda do programa Pelourinho Cultural, da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (Secult-Ba) e do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (IPAC) que, em clima de Carnaval, aquece os preparativos para a mais expressiva festa de rua do planeta, o carnaval. Para o vice-presidente da Associação dos Amigos de Nelson Maleiro, Ivan Lima, a data para a realização do tributo é ideal. “20 de janeiro é aniversário de Nelson Maleiro, ele completaria 102 anos. Essa também é a data eleita como o Dia Municipal do Carnavalesco, em homenagem a ele, que é considerado o patriarca da música percussiva da Bahia”, diz. Durante o show, músicas que falam da vida do artista integrarão o repertório e permitirão ao público uma ambientação sobre sua trajetória.
Precursor dos instrumentos de percussão e compositor, Nelson Maleiro fabricava, consertava e tocava tamborim, bongô, timbau, atabaque, tumbadora, bateria, pandeiro e agogô. Além do dom musical, também era desportista, artesão e animador cultural. Nasceu em 20 de janeiro de 1909, em Saubara, então distrito de Santo Amaro da Purificação, e aos dez anos foi trazido à cidade do Salvador por amigos da família. Mais tarde, dedicou-se ao fabrico de malas e também foi o primeiro negro a protagonizar uma propaganda comercial ao vivo na TV Itapoan, estabelecendo sua fama e participação em eventos do circuito cultural da comunidade.
“É a segunda vez que o homenageamos, principalmente pela sua inventividade e contribuições para o samba. A Bahia é uma terra cheia de gênios e devemos trazê-los à tona. É um dever da Didá rememorar pessoas que contribuíram para a arte da Bahia e o fato dele ter sido um negro nos dá ainda mais orgulho”, afirma a diretora de projetos da Didá, Vivian Caroline.
|