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Vídeos de moradores do interior serão exibidos no Pelourinho
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Dança, audiovisual e música estarão presentes na programação de julho no Pelô.


Ladeada pelos casarões antigos do Centro Histórico e guardada pela Igreja do padroeiro dos animais, uma sala de exibição será montada ao ar livre no Cruzeiro de São Francisco, no próximo domingo, de 10 de julho, às 19h30. O cenário receberá o Circuito Revelando os Brasis, que tem o apoio da Secretaria Estadual de Cultura, através do Pelourinho Cultural para realização das exibições em Salvador. A ação tem o objetivo de formar, através da linguagem audiovisual, moradores de municípios com menos de 20 mil habitantes em todo o país.
Está programada a exibição de sete vídeos, todos produzidos por moradores de cidades baianas. O objetivo do projeto comunga com o foco do Pelourinho Cultural de contribuir para a formação artística e para a produção de obras que revelem a memória e a diversidade cultural. O projeto, realizado pelo Instituto Marlin Azul – IMA, busca ressaltar novos olhares sobre o Brasil e está aberto para maiores de 18 anos, residentes de municípios com até 20 mil habitantes, que podem inscrever uma história original real ou de ficção e, caso selecionados, transformá-la em vídeo. A abertura do Circuito ficará por conta da apresentação itinerante do grupo Boiada Multicor, a partir das 16 horas. Em seguida acontecerá a exibição dos vídeos “Sabes quem eu sou?”, “O Voo do Caçador”, “A Mulher de Branco”, “O Mito do Arco-Íris” e “O Boi Roubado”, todos produzidos por moradores dos municípios trabalhados que revelaram seus brasis.

HISTÓRIAS BAIANAS - Cibele de Sá - Boa Nova BA
Vídeo: O Vôo do Caçador
Resumo: Josafá Sampaio de Almeida foi um dos maiores caçadores de pássaros de Boa Nova. Desde criança, caçava utilizando o “badogue” (estilingue) e, mais tarde, com uma espingarda. Tornou-se referência na região pelo grande conhecimento das espécies e hábitos de pássaros. Há alguns anos, no entanto, um biólogo a serviço da ONG BirdLife/Save Brasil chegou a Boa Nova, município que abriga cerca de 50% das aves de todo o estado da Bahia e é conhecido internacionalmente por sua biodiversidade. Edson Ribeiro Luiz, o biólogo, precisava de um guia que conhecesse bem a mata de cipó e foi aí que a história de Josafá começou a mudar. De caçador, ele aprendeu com Edson a importância da biodiversidade e passou a observador de aves. Atualmente, os projetos ambientais em Boa Nova geraram frutos e o município ganhou um Parque Nacional.

HISTÓRIAS BAIANAS - Antônio Elias da Silva - Itapebi BA
História: Sabes Quem Sou?
Resumo: Com mais de 800 mil anos de existência e 1082 quilômetros de extensão, o Rio Jequitinhonha cruza os estados de Minas Gerais e Bahia. Muitas famílias tiraram o sustento do rio, através da pesca, da irrigação e do transporte fluvial. No entanto, o Rio Jequitinhonha está degradado, sofrendo com assoreamento e poluição, causado, muitas vezes, pelas próprias populações ribeirinhas. O rio sofreu modificações ainda com a construção de duas usinas hidrelétricas em seu leito, cujas barragens foram responsáveis por inundar diversas cachoeiras, em especial, uma conhecida como Garganta do Diabo. Contada de maneira poética, a história base do documentário é narrada em primeira pessoa, com o rio revelando sua identidade apenas ao final.

HISTÓRIAS BAIANAS - Mirandí Alves Pereira de Oliveira - Ibitiara BA
História: A Mulher de Branco
Resumo: A mulher de branco é uma ficção baseada em contos reais de terror que marcaram a cidade de Ibitiara, no interior da Bahia, na década de 70 e início dos anos 80, antes da chegada da luz elétrica à região. A história tem como personagem principal Omero, um menino curioso, travesso e corajoso, cujo maior divertimento é juntar os amigos para as travessuras de arrepiar a comunidade e ouvir as estórias contadas pelos senhores mais velhos durante as noites escuras sem energia elétrica. Certa noite, ele ouve a história da mulher de branco, que tem a altura de um poste e aparece em noites de muita escuridão na esquina da prefeitura, mas costuma sumir como fumaça quando se aproximam de sua figura intrigante e assustadora. Nesta história, Omero, dominado pela curiosidade, decide enfrentar a assombração a fim de desvendar o mistério. “Será que ela quer dar algum aviso? Por que ela some?”, questiona o menino em pensamento. No entanto, Omero acaba descobrindo se tratar de uma grande farsa movida por um dos senhores contadores de histórias. O garoto contou a descoberta apenas para um amigo. Tempos mais tarde, com a chegada da energia elétrica, as luzes da cidade acendiam ao pôr do sol e apagavam ao nascer do dia. E nunca mais ninguém ouviu falar da mulher de branco.

HISTÓRIAS BAIANAS - Nívea Lacerda da Silva - Palmeiras BA
História: O Mito Nativo do Arco-Íris
Resumo: ”Todo lugar tem suas histórias”. Os idosos do Vale do Capão creem que o arco-íris acima do cemitério significa morte de membro da comunidade. Nesta história, Dona Jandira vive um dia de angústia depois de avistar numa manhã de sábado o arco-íris no rumo do cemitério. “Não era coisa boa. Era morte”, pensa. Assim sente também Dona Corina de Zésio e Dona Maria da Cachoeira de Baixo. Porém, não pensa assim, Joana. Numa conversa com Cida, filha de Dona Jandira, Joana explica que o arco-íris vem da mitologia grega. A deusa Íris lançava o arco para descer à terra com mensagens dos deuses para os homens. Joana explica ainda que há quem acredite na morte como o nascimento de um novo ciclo, uma mudança de estado, pois a vida é contínua. O desfecho da história é o anúncio da morte de Dona Rita, senhora de 93 anos. A notícia alivia o coração de Dona Jandira, que temia pela morte de um dos filhos ou do marido, mas causa profundo lamento de Joana, que perde uma amiga. Assim, crenças e culturas se misturam neste relato sobre vida e morte.

HISTÓRIAS BAIANAS - Ricardo Sena - Serra Preta BA
História: O Boi Roubado
Resumo: Nas décadas de 60 e 70, em Serra Preta e em alguns outros municípios do semi-árido nordestino, os trabalhadores rurais realizavam um ritual conhecido como “Boi Roubado”. Um mutirão de trabalhadores saía às quatro horas da manhã e começava a trabalhar na roça de alguém da comunidade. Mais tarde, alguém avisava ao dono que a roça havia sido “roubada” e, em agradecimento, o dono oferecia um banquete para os integrantes do mutirão. Na maioria das vezes, um boi era abatido para incrementar o banquete, daí o nome “Boi Roubado”. As mulheres ajudavam no preparo da comida. A festa ao final do trabalho era animada, regada a carne, cachaça e música.

Fonte : Pelourinho Cultural - julho 2011

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