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Último dia de São João da Bahia encerra os festejos juninos no Pelô com muito forró na noite do dia 25
Festejos do São João da Bahia no Centro Histórico.


O sexto e último dia de São João da Bahia no Pelourinho provou que a festa é mesmo a maior celebração da cultura nordestina. Com programação intensa e muita música, o evento contou ainda com uma decoração que deixou o Centro Histórico com cara de interior. Em largos, ruas e becos, foi possível se divertir no embalo dos variados estilos de forró que ecoavam por todos os lados. Crianças também tinham espaço para curtir o arraiá e soltar fogos. Baianos e turistas puderam dançar sozinhos, em pares ou em grupos ao som do ritmo mais nordestino de todos. Aqueles que preferiram, puderam sentar nas mesas dos bares ou se deliciar com os quitutes tradicionais, comercializados em barraquinhas decoradas e espalhadas pelo Pelô. Realizado pelo Governo do Estado da Bahia através das Secretarias de Cultura e de Turismo, e com recursos do Ministério do Turismo e do Banco do Brasil, o São João da Bahia 2011 aconteceu da Praça Municipal até a Ladeira do Taboão, envolvendo as ruas e os largos do Pelourinho numa grande festa entre os dias 17 e 18 e de 22 a 25 de junho.

A noite do dia 25 no Centro Histórico contou com 21 atrações espalhadas por nove espaços. A festa teve início desde as 19 horas, quando começaram as apresentações de trios de forró nos coretos instalados na Praça das Artes, Cruzeiro de São Francisco, Rua das Laranjeiras e Rua João de Deus. Nos espaços, a tradicional formação de fole, triângulo e zabumba fez a alegria do público que passava pelos coretos e escolhia aqueles locais para curtir a noite. A tradição de trios como Canarinho do Norte, Forró do Oscar, Jorge Gonzaga, Jeito de Forró, Peões do Nordeste e Freitas do Acordeom, fizeram centenas de pessoas dançarem um forrozinho pé de serra.

Às 20h30 começou o som no palco montado no Largo do Pelourinho, com a banda Cegueira de Nó. O grupo, que já está na estrada há oito anos, apresentou um show baseado no tradicional e autêntico forró pé de serra, inspirado na tradição junina e no poeta cearense Patativa do Assaré. No repertório, canções do mestre Luiz Gonzaga, Genival Lacerda, Jackson do Pandeiro, Jacinto Silva e Marinês, além de músicas autorais. “Ontem tocamos em Maragogipe e amanhã iremos para Amargosa, mas hoje queremos fazer a festa do público aqui no Pelourinho”, contou o cantor Léo. Na sequência, o multi-artista Ed Bala tomou conta do palco com a sua banda Bala N’Agulha. Inspirada na música popular brasileira, mas precisamente na nordestina, a banda reverenciou artistas consagrados como Dominguinhos, Flávio José, Alceu Valença e Trio Nordestino, fazendo todo o público cair no forró. Por último, foi a vez do samba Banjolada assumir o comando e animar o público que não se incomodou com a mudança de ritmo e curtiu a música até o fim. A tradição de fazer samba durante o São João é tipicamente baiana e ficou conhecida como “samba junino”, que é quando grupos populares vão de casa em casa tocando samba e exaltando a São João.

Às 21h foi a vez dos Largos Tereza Batista, Quincas Berro D’Água e Pedro Archanjo darem início às suas atividades. Cada um com um ambiente específico, os largos do Pelourinho deixaram o público na dúvida de onde curtir o forró. Para a gerente de produção artística do Pelourinho Cultural, Simone Reis, a simultaneidade das atrações nos diferentes espaços dá a oportunidade do público escolher onde prefere estar. “Em função do número de atrações que temos, espalhar o forró por diversos espaços do Pelô possibilita ao público circular e optar pelo espaço que mais lhe agrade. E tivemos bastante público para todos os espaços”, afirmou Simone.

O Largo Pedro Archanjo recebeu primeiro a cantora Vanesca Pinheiro. Eclética, a artista que costuma cantar do samba à MPB fez um show especial para o São João, composto por forrós de Dominguinhos, Flávio José, Elba Ramalho entre outros. Depois foi a vez e Luci Laura e Banda subirem ao palco do Pedro Archanjo. Cantora baiana de bolero a axé, Luci Laura animou o público do largo com um show baseado em grandes sucessos do forró. Na sequência, uma das maiores companhias de danças típicas da atualidade, a Cia João de Barro virou banda e apresentou muito forró para o público do Pelourinho.

O arrasta-pé no Largo Tereza Batista também começou cedo. Antes mesmo das 21 horas o público já estava no local e a banda Neném do Acordeón começou o show. Com cinco anos de carreira e dois CDs gravados, a banda passeou entre forró, xote e baião, todos eletrificados. No repertório, além das tradicionais canções de Luiz Gonzaga e Flávio José, o grupo apresentou a versão da música “I’m yours” de Jason Mraz feita pelo cantor Tomate, em ritmo de forró. Depois, foi a vez do músico Carlinhos Cor das Águas apresentar composições próprias além de ritmos nordestinos típicos da época junina.

Já no Largo Quincas Berro D’Água, a banda Swing do Forró abriu a noite com um forró eletrizante e um balé animado. À mistura do ritmo nordestino com o sertanejo, o grupo deu o nome de forrónejo. Com 12 anos de estrada e cinco CDs gravados, a banda apresentou, além de canções próprias, músicas de Carlos Pitta, Elba Ramalho, Aviões do Forró, Dorgival Dantas e Amelinha. Por fim, foi a vez da banda Xote Bakana comandar o arrasta-pé no largo Quincas Berro D’Água. Durante o show, o grupo incorpora instrumentos que vão além do triângulo, da zabumba e da sanfona, elementos típicos do forró tradicional. Guitarra, baixo, violão e efeitos fizeram parte da apresentação, agradando o público que não deixou de dançar a uma batida mais eletrônica do ritmo nordestino.

O forró no Pelourinho contou ainda com grandes atrações no palco principal montado no Terreiro de Jesus. Os forrozeiros Del Feliz, Alceu Valença e Cicinho de Assis fizeram a festa do público que compareceu um ótimo número ao local. A programação seguiu até as 03 horas, quando se encerraram os festejos do São João da Bahia. Mas o forró no Pelourinho continua nos dias 28 e 29 quando trios de forró voltam a animar o Terreiro de Jesus e os Largos Tereza Batista, Pedro Archanjo e Quincas Berro D’Água. Fonte : Pelourinho Cultural - 25 de junho 2011

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