Perspectivas do programa para os próximos anos e indumentária como uma questão de afirmação e identidade. Estes foram os temas abordados no Seminário Ouro Negro na tarde de hoje, 17 de outubro, no anfiteatro da Faculdade de Medicina, no Terreiro de Jesus – Centro Histórico de Salvador. O evento foi uma iniciativa do Governo do Estado da Bahia, através da Secretaria de Culturas e em parceria com o Centro de Culturas Populares e Identitárias.
O Seminário teve início com uma fala do Secretário de Cultura do Estado da Bahia, Antonio Albino Canelas Rubim – que tomou posse da mesa dando as boas vindas aos presentes. Na sequência, apresentou a diretora geral do Centro de Culturas Populares e Identitárias, Arany Santana, parabenizando pelo empenho do trabalho que tem realizado na instituição.
Estiveram presentes no evento, Vovô, presidente do Ilê Aiyê; Vadinho França, do Bloco Alvorada; Nadinho, do Bloco Filhos do Congo; dentre outros. Marcaram ainda presença no seminário artistas, produtores, músicos, professores e maestros como Elias Bonfim, Jussara Santana, Bira Reis, Professor Agnaldo e Maestro Reginaldo de Xangô.
Sem perder tempo, o secretario alertou diretamente sobre a importância do programa Ouro Negro. “Nós acreditamos que este programa é de fundamental importância para os blocos de matriz africana e para o nosso carnaval. Este programa precisa ser cuidadosamente tratado, afinal é um modelo de planejamento e de organização. O programa Ouro Negro poderia ser um modelo para todo o carnaval”, ressaltou Albino.
Em seguida, quem conduziu o evento foi a diretora geral do Centro de Culturas Populares e Identitárias, Arany Santana “É com muita alegria que estou com o meu povo. O apelo do secretário de cultura neste evento é que nós continuemos a brilhar no carnaval. O turista quando vem ver esta grande festa, vem atrás das diferenças. Nós somos responsáveis por esse diferencial e não podemos ser iguais”, frisou a diretora do Centro de Culturas Populares e Identitárias.
Na oportunidade, Arany Santana falou sobre as perspectivas do programa para os próximos anos e apresentou alguns objetivos do Ouro Negro, como a importância da diversidade e riqueza do carnaval baiano, a garantia as tradições das culturas de matriz africana e indígena e o incentivo das entidades pelo desenvolvimento de ações culturais em suas comunidades.
Uma avaliação sobre o projeto também foi apresentado aos representantes das entidades presentes. Ao avaliar o Ouro Negro, Arany falou sobre as dificuldades que os blocos vêm passando após os quatros anos de programa. A diretora apresentou dados estatísticos sobre essas dificuldades enfrentadas como fonte de pesquisas. Dentre elas destacam-se gestão muitas vezes frágil desses blocos, dificuldade de planejamento, Estado como única fonte de apoio e esvaziamento dos desfiles de alguns blocos.
Para encerrar o evento, o artista plástico J. Cunha apresentou o tema “Indumentária como uma questão de afirmação e identidade”. Para o artista, são as vestes e os elementos que compõem um bloco afro, reforçando sua identidade e legitimando o evento. No painel, J. Cunha exibiu estudos sobre as tradicionais indumentárias dos blocos e elementos que compõem culturas diversas – do século XVIII ao século XX, variando desde os trajes dos marujos até as tradicionais baianas.
OURO NEGRO
Criado em 2008 com aproximadamente 100 blocos, o Ouro Negro é um programa que tem como objetivo democratizar o acesso dos blocos afros, de afoxés, índio, samba, reggae e percussão ao recurso do Governo do Estado. A intenção do programa é prezar pela transparência das ações que envolvem a participação destes blocos no carnaval baiano, agilizando principalmente questões ligadas a compromissos e prazos orçamentários.
Em 2011, por exemplo, cerca de 140 blocos receberam um recurso de aproximadamente R$5 milhões, distribuídos de acordo com os critérios estabelecidos pelo modelo de ações do processo de apoio
PROGRAMAÇÃO COMPLETA confira aqui
Fonte : Pelourinho Cultural - outubro 2011
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