O coreógrafo João Perene encerra temporada da nova montagem do espetáculo no Espaço Xisto Bahia, dias 28 e 29/07, com entrada franca
Artista de trajetória autoral no cenário da dança contemporânea na Bahia, João Perene traz de volta o espetáculo que, há exatos dez anos, acabou sendo responsável por um agrupamento de artistas e motivou a criação da sua companhia, o João Perene Núcleo de Investigação Coreografia. A nova montagem de Soco no Vento ganha uma versão inusitada: o elenco mistura intérpretes da sua primeira versão – e que permaneceram na companhia ao logo de uma década – e dançarinos da Escola de Dança da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb). O espetáculo encerra temporada no Espaço Xisto Bahia, dias 28 e 29 de julho, sábado e domingo, às 20h, com entrada franca.
Soco no Vento foi concebido para a edição de lançamento do Ateliê de Coreografo Brasileiro, em 2002, projeto baiano que reunia em Salvador jovens criadores de várias partes do país. Para realizar a coreografia, João Perene selecionou um grupo de bailarinos que, com o desenvolvimento do trabalho, demonstrou afinidade com a linguagem do coreógrafo, eminentemente ligada à fisicalidade e em diálogo com a música e as artes visuais. “A criação do Núcleo, em 2004, foi o resultado imediato dessa sintonia e, dez anos depois, ela permanece, embora modificada, lapidada pelo tempo, pelas nossas experiências individuais e pelo repertório que criamos. Trazer de volta Soco no Vento é rever e reafirmar essa trajetória”, avalia Perene.
O espetáculo busca uma dança de riscos, sensações e imagens. Os interpretes provocam-se constantemente, fazendo surgir à cumplicidade e o conflito, a delicadeza e a tensão, com vigor físico e gestual de intensidade dramática. Os movimentos de Soco no Vento abordam a fácil maneira de se defender com uma dureza apenas aparente; a omissão: a não verbalização; o que este implícito, existindo submerso aparentemente invisível, mas, norteando todos os deslizamentos e acomodação do território emocional. Como palavras que não foram ditas e que acabam deixando rastros do passado interferir no presente.
A trilha sonora traz obras de Armand Amar, artista marroquino naturalizado francês, cujo trabalho transita entre a música étnica, erudita e contemporânea, fortemente marcada pelo poder de evocar imagens e sensações. Não à toa, ele tem no rico e prestigiado currículo composições originais para o cinema e para a dança. “Sua música reitera o caráter interdisciplinar e de diálogo com outras linguagens artísticas do Núcleo”, observa Perene, que também assina o figurino da montagem. A nova versão da coreografia tem projeto de luz de Gerard Laffute.
Além dos dançarinos Marcley Oliveira e Márcio Fidelis, que estão na companhia desde a sua formação, o espetáculo conta com a participação de jovens bailarinos da Escola de Dança da Funceb, escolhidos através de uma audição. São eles, Ramon Moura (que também dançou o último espetáculo da companhia, Instante Dilatado), Neemias Santana, Igor Couta, Melissa Figueiredo, Deise Gabriele.
A remontagem de Soco No Vento faz parte de uma das ações do projeto de manutenção de grupos, concebido pela Secretaria de Cultura e Funceb no ano de 2010. “Além de consolidar sua trajetória, a companhia está contribuindo para a formação de profissionais. Fico feliz em também ser fruto e contribuir para essa trajetória”, observa Mônica Barndi, que fazia produção executiva do Ateliê de Coreógrafos Brasileiros e atualmente assina a Direção de Produção do Núcleo.

SERVIÇO : Soco no Vento
ONDE : Espaço Xisto Bahia - Salvador BA
QUANDO : sábados e domingos, às 20h - até 29 de julho de 2012
QUANTO : entrada franca


Fonte : SecultBA ( 26/07/12 | 13H07) - julho 2012

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