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O tradicional e o moderno fizeram do Pelourinho um caldeirão cultural
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O I Encontro de Culturas Negras marca início da “Década Afrodescendente” em Salvador



O suingue percussivo dos tambores e atabaques deu o tom para a programação artística nos Largos Tereza Batista e Pedro Archanjo, na noite desta quinta-feira (08/11). As apresentações do tradicional Bloco Afro Bankoma e da mistura moderna de ritmos do I Festival Latitudes Latinas integram o I Encontro das Culturas Negras, realizado pela Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (Secult/BA). O evento será encerrado no dia 12 deste mês e tem como finalidade contemplar e difundir as mais diversas formas de manifestações das culturas de matriz africana.
Quem compareceu ao Largo Tereza Batista conferiu o clima e a ambientação do espaço, que buscaram valorizar a cultura negra. “Eventos como essa iniciativa aqui no Pelourinho são maravilhosos. Temos sempre que exaltar nossas raízes e com o som fica tudo mais perfeito”, diz a comerciante Aurelina da Paixão. A coordenadora pedagógica do Bankoma, Eliana Santos explica a importância da participação da entidade neste evento. “Nós desenvolvemos um conjunto de ações que começou no mês de setembro em Lauro de Freitas e hoje estamos celebrando junto com o encontro das culturas negras, fortalecendo cada vez mais a autoestima do negro dentro da nossa sociedade” resumiu. Um dos convidados da noite, o cantor e compositor Beto Jamaica subiu ao palco e fez uma homenagem a todos os blocos afros. Uma das músicas escolhidas foi Canto da Cor.
No Largo Pedro Archanjo, o público ficou maravilhado ao ver no palco a performance dos artistas no show Jam Session “Afropercussividades”, que integra a programação do I Festival Latitudes Latinas. “Fantástico! É como um passeio musical mundo afora, mas com um toque brasileiro, um toque africano”, diz o estudante Rafael Machado. A fusão rítmica foi apresentada pelos músicos baianos Nei Sacramento e Gabi Guedes pelos gaúchos Richard Serraria e Lucas Kinoshita, pelos argentinos Vivi Pozzebón e Pablo Suarez (Argentina), dentre outros. “Este festival compõe o projeto de extensão do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Professor Milton Santos da UFBA (IHAC-UFBA), do qual sou professor e estou muito feliz com esse resultado. É a primeira vez que apresentaremos essa junção e a proposta é olharmos para as produções artístico-culturais de matriz africana da América Latina”, explica o diretor do projeto Latitudes Latinas, Carlos Bonfim.

DÉCADA AFRODESCENDENTE
O I Encontro de Culturas Negras marca início da “Década Afrodescendente” em Salvador, período estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) após um ano de debates em torno do racismo e das situações social, econômica e política da população negra mundial na contemporaneidade. Diante da fragilidade dessa população em vários aspectos, a ONU percebeu a necessidade de ampliação da discussão no cenário mundial, ultrapassando o período de 2011, celebrado como o Ano Internacional dos Povos Afrodescendentes. Em novembro de 2011, Salvador sediou o Encontro Ibero-americano do Ano Internacional dos Afrodescendentes (Afro XXI). Na ocasião, a capital baiana recebeu o título simbólico de “Capital ibero-americana dos afrodescendentes

Fonte : Secult BA (09/11/12 | 09H11) - novembro 2012

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