Um tapete vermelho e branco anunciou a chegada do Cortejo Afro, que neste ano trouxe a representação de um mito africano, os olhos vendados do orixá Xangô contra as injustiças sociais. Ao som da bateria, composta por 200 percussionistas de várias partes do mundo, o cantor Portela (Açúcar) entoou seus cânticos embalando foliões e as alas que compõem o bloco. “Tenho 10 anos de Cortejo e muitos de carnavais, estou jovem, tenho que me divertir”, afirmou Maria dos Anjos, 87 anos, a foliã mais antiga das alas.
Percussão também é uma característica marcante no bloco afro Os Negões. Com o tema “Terra dos Orixás”, o bloco expressou a diversidade soteropolitana para a Avenida. O mestre Geraldinho trouxe uma novidade, o samba-mambo. A mistura do ritmo baiano com o caribenho foi aceita pelo público, que dançou com Os Negões na Avenida até o final do circuito.
Os blocos afros têm a tradição de manter uma relação social com as comunidades soteropolitanas. “As oficinas promovidas para o jovens, principalmente as que envolvem música e dança, trabalham a auto estima do povo negro e isso nos fortalece”, declarou Paulinho do bloco afro Os Negões.
Fonte : Secult BA
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