Emoção e muita festa marcaram as comemorações do Dia da Baiana de Acarajé nesta quarta-feira (25), no Centro Histórico de Salvador. As baianas se reuniram pela manhã no Pelourinho, para a tradicional missa celebrada na Igreja do Rosário dos Pretos. Após a celebração religiosa, o cortejo seguiu para o Memorial das Baianas, onde aconteceu durante toda a tarde uma programação cultural promovida pela Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, por meio do Centro de Culturas Populares e Identitárias (CCPI). "É uma data extremamente importante para as culturas de matriz africana, quando homenageamos mulheres guerreiras, majoritariamente negras, que tem ido à luta para sustentar as suas famílias ao longo de muitos anos através da comercialização desta iguaria, o acarajé, que é o cartão postal da Bahia ", afirma a diretora do CCPI, Arany Santana, lembrando a importância de alguns dos avanços realizados através do Governo do Estado. "O reconhecimento e a patrimonialização dos saberes e fazeres das baianas fortalecem essa cultura, e ficam em consonância com as metas da Década Internacional Afrodescendente", declara.

Além de louvores, agradecimentos e homenagens, a celebração religiosa durante a manhã também foi marcada por apelos contra a violência à mulher, tema que foi lembrado no cortejo, que marcou a adesão da classe à campanha dos Campanha dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher, realizada pelo Governo do Estado. Para isto, muitas baianas vestiram a cor laranja, símbolo da campanha.

O cortejo terminou no Memorial das Baianas, localizado na Praça da Cruz Caída. De frente à visão privilegiada na Bahia de Todos os Santos, a festa promovida pela SecultBA começou ao som do grupo Bicho da Cana. As baianas formaram uma grande roda de samba que durou a tarde inteira, onde não faltou alegria e empolgação. Lembrando que o dia 25 também homenageia o samba de roda, outro importante patrimônio da cultura popular, continuaram a animar a festa os grupos Samba de Roda Raízes do Sertão e o Samba de Roda Urbano. O samba acabou ao som do Grupo Movimento.

A coordenadora estadual da Associação Nacional das Baianas de Acarajé (ABAM), Angelice Batista dos Santos, lembra que o 25 de novembro é mais que uma data festiva. "É o momento de assegurar os nossos direitos conquistados e garantir a salvaguarda de nosso ofício", afirma.

Patrimônio Cultural - O ofício da Baiana de Acarajé foi oficialmente reconhecido como Patrimônio Cultural do Brasil no ano de 2005, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). No ano de 2012, foi a vez do reconhecimento ser registrado em âmbito estadual, pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC). Em setembro de 2015, foi empossado o Conselho Gestor da Salvaguarda do Ofício de Baiana de Acarajé, que tem entre os representantes o IPAC e o Centro de Culturas Populares e Identitárias (CCPI) da SecultBA.


Fonte : SECOM BA (25/11/2015 17:20) - dezembro 2015

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