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Jorge Portugal e Arany Santana recebem homenagem no subúrbio ferroviário
pelourinho cultural
As apresentações são apoiadas pela Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA), através do Centro de Culturas Populares e Identitárias (CCPI).



O Secretário de Cultura do Estado da Bahia, Jorge Portugal, e a diretora do Centro de Culturas Populares e Identitárias (CCPI), Arany Santana, receberam no último domingo (10), na Praça da Revolução, em Periperi, bairro do subúrbio ferroviário de Salvador, a homenagem do projeto Nossa Cor, realizado pelo grupo de ação cultural A Voz do Subúrbio. Também foram homenageadas personalidades como Neuza Borges, Lêda Ornelas e o Terreiro da Casa Branca. A programação ainda contou com apresentações culturais e concursos de poesia, música e beleza negra.

Educador, poeta e compositor, Jorge Portugal nasceu em Santo Amaro da Purificação, no recôncavo baiano. Conhecido pela autoria de composições que integram a memória afetiva dos baianos e dos brasileiros, como “A massa”, em parceria com Raimundo Sodré, e “Alegria da Cidade”, parceria com Lazzo Matumbi, é professor de Língua Portuguesa e Redação. Idealizou projetos culturais e educativos como Aprovado, Tô Sabendo, Circulador Cultural e Manuel Faustino. Durante o discurso de agradecimento, o secretário de cultura destacou sua relação afetiva com o bairro de Periperi. "Por volta de 1978 eu vivia aqui, na beira do mar, ouvindo e contando histórias, cantando e ouvindo músicas. Por isso, Periperi nunca saiu nem sairá do meu coração", contou Jorge, estendendo à comunidade a homenagem recebida. "A todos os lugares que cheguei, o povo, de onde eu vim, sempre foi a minha inspiração", afirma.

Natural de Amargosa e cidadã soteropolitana por mérito e reconhecimento, Arany Santana possui um histórico atrelado à cultura e militância étnica que resiste há anos. Professora de língua portuguesa, de cultura africana e de arte-educação, tem uma longa lista de trabalho em escolas, oficinas e entidades voltadas para arte e cultura, dedicando-se principalmente à formação de jovens e adultos da rede pública. Co-fundadora do Movimento Negro Unificado, e do Ilê Aiyê, o mais antigo movimento negro do Brasil. "É um momento de emoção, e quero agradecer ao grupo A Voz do Subúrbio, não somente pela homenagem, mas por este projeto que busca dar visibilidade à comunidade, aos artistas, músicos e poetas da região, que estão fora das grandes mídias", conta Arany, que também foi jurada nos concursos "Derrubando Preconceitos e Revelando Talentos" e "Segurança Negro Gato".

A coordenadora do grupo A Voz do Subúrbio, Silvia Barata, falou sobre a proposta do projeto Nossa Cor. "É a segunda edição deste projeto no qual buscamos valorizar o que é nosso. Mostrando talentos, homenageando os amigos que nos inspiram. Quase vinte mulheres do subúrbio trabalham juntas nesta produção", conta. Neste ano o projeto teve como tema "A Origem das Águas, em homenagem ao Terreiro da Casa Branca, considerada a primeira casa de candomblé de Salvador. "A Voz do Subúrbio" vem atuando há mais de dez anos no desenvolvimento de trabalhos voltados à causas sociais e a promoção de valores e expressões culturais nas comunidades, com projetos de teatro, música, cultura e filantropia.


Fonte : SECULT BA (11/04/2016 12:05) - abril 2016

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